quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Poesia (4.8)

Casa Suja, Chão Sujo

Calada, reclusa, morta por dentro.
Sem nada a acrescentar.
Uma mulher centrada.
Centrada em fazê-lo feliz.
E faço isso muito bem.
E faço isso melhor do que ninguém.

Ser aquela atrás do grande homem
Nunca me foi uma tarefa fácil.
Lavar-passar-arrumar-cozinhar.
Servir.
Ser a que serve.
A que mantém.
A que sustenta.

Aprendi a mentir com um sorriso no rosto,
A sofrer gargalhando,
A morrer de olhos abertos.
E a fugir sem deixar pistas.

Mas na calada da noite eu sempre volto,
Porque não sei mais viver sem isso,
Não sei como se vive sem mentiras
E fingimentos.
Minhas mentiras me tornaram o que sou.
E não há verdade nenhuma nesse mundo
Que possa mudar isso.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Poesia (4.7)

Peito

Não bata.
Não faça nada.
Não se mova.
Não me dê esperanças.
Não me deixe vivo.
Não me queria bem.
Não me faça querer-te bem.
Não bata, por favor.

Não quero teu sangue
Nas minhas veias sujas.
Isso me faz mal.
Contradiz tudo que eu faço.
Não quero estar vivo.
Não quero estar estável.
Quero estar morto
E mutável ainda assim.

Voltar no tempo
E achar que era feliz.
Me arrepender de ter deixado você bater.
Não posso.
Não posso permitir que você estrague meu mundo.
Não vou deixar que o meu coração
Bata pra mais ninguém.
Porque ele já encontrou o ritmo certo.

domingo, 28 de novembro de 2010

Poesia (4.6)

Peso Morto

E é nessas horas que eu descubro
Que não sou nada.
Que tudo que eu pensava ser verdade um dia
Tornou-se mentira num momento de raiva.
Gloriosos momentos de raiva
Que me fizeram ver a verdade!
Verdade essa me sangra o pescoço,
Como uma galinha velha
Pronta para se tornar alimento
Para aqueles que não merecem sobreviver
Do meu sangue.

Então desse mesmo modo
Toda a minha confiança se esvai.
Toda a minha maquiagem borrada
Parece mais destorcida ainda,
Como se eu não tivesse tido tempo
Para sequer modelar minha base.

Morto e deixado de lado
Com minhas um dia belas nádegas à mostra,
Eu, fora do meu corpo,
Vejo passarem os transeuntes.
Também machucados,
Também sofrendo,
Também almejando a morte,
Mas nenhum deles no chão.
Nenhum deles está nu,
Debruçado em lama flácida
Que me envolve e aquece.

Se um dia eu puder voltar;
Se um dia eu for capaz
De mostrar a que vim
Espero que esse dia seja ontem.

Poesia (4.5)

Verde Verde

O meu problema foi ter apressado as coisas
Desde o começo.
Eu fui apressado demais
Pra tudo.
Me apressaram também.
Cresci depressa;
Perdi muita coisa
Perdi minha infância envolvido em pensamentos
Que não eram meus.
É como se a vida tivesse me empurrado pra frente, sabe?
O problema é que eu não sei mais
Como é ter a minha idade biológica.
Desaprendi a ser imaturo.
Imaturo comigo mesmo.
Não que eu seja o mais maduro sempre,
O mais sensato.
Mas é o melhor que eu posso ser.

Eu fico pensando
Se alguém no mundo
É suficiente pra mim.
Se há alguém que possa me mudar.
Se há alguém que possa me completar.
Que possa me fazer feliz.
Que possa ser perfeito pra mim.
Perfeição não existe.
Mentira!
Quero que alguém perfeito
Me resgate da minha vida medíocre
E me faça ver o bom da vida.

Estou esperando há tanto...
Apressei tudo
Na esperança de poder ver logo.
Na esperança de ter tudo que é preciso antes de todo mundo.
Apressei ou fui apressado?
Quero ver o fim de algo que não sei como começou...
E isso me mata.
E isso me faz acelerar mais e mais.

Como se aprende a morrer se não se soube sequer nascer
Quanto mais viver?


sábado, 27 de novembro de 2010

Poesia (4.4)

Agridoce

Eu quero beijar você
E sentir o gosto agridoce
Da sua derrota.
E ver você no chão
Vai ser o meu maior prazer.

Você é cego
Você é aquele cego que escolhe não ver
Aquele cego que prefere deixar passar
Você não quer enxergar.
E eu não quero ficar do lado de um assassino
Que mata às cegas.

Você nunca vai me ver chorar.
Você nunca vai ver uma lágrima sequer
Ir de encontro ao chão.
Não por sua causa.
Você não merece sequer minha saliva.
E só você não percebe que sem mim
Você vai morrer só.

Você mentiu.
Você distorceu a sua realidade.
Mas não venha querer que eu mude a minha
Só para que você se sinta confortável.
Meu príncipe em seu cavalo branco
Morreu há tempos
E que Deus o guarde
Pois eu não tenho a intenção de ver
Nenhum morto andando pela minha vida,


domingo, 7 de novembro de 2010

Poesia (4.3)

Solo Só

A felicidade se rui por fim
Chegada a noite tenra.
E um dia que se fazia bom
Se faz agora perverso e obcusro.

Minha vida se mostra um solo denso.
É só cavar um pouco que o sangue jorra farto.
E jorra destruindo tudo
Jorra forte e determinado a derrubar tudo que me mata.
E aos poucos eu morro mesmo.
Morro sim.

Eu sou uma tragédia.
Trágico, trágico, trágico.
Continuo a me mover com sangue nos olhos
Tentando enxergar para onde vou
E se é que vou de fato.
Para onde caminham por mim
Já que não me movo com liberdade.

Quero esquecer muita coisa antes
De tentar tapar com suor e lágrimas
Meu solo aberto e exposto.
Quero que muitos se destruam e saiam
Da minha lavoura.
Quero escolher o que planto
Quero escolher o que colho.
E quero antes de mais nada
Saber onde piso.

E ao primeiro sinal de sangue
Quero correr longe
Pois acho que não aguento outro derrame como esse...


Poesia (4.2)

Esquerdos

Não tenho direitos.
Tudo que faço são deveres.
E eu que só queria ser feliz...

Logo eu que já levei tanta felicidade
E tantos sorrisos
A tanta gente
Não posso sorrir.
Não posso ser feliz.
Perdi esse direito há tempos.
Perdi até a vontade, diria
De tentar ser feliz.
Perdi meus desejos e alegrias,
Deixei-os em algum lugar.
Não joguei-os, nem me desfiz deles.
Antes que eu pudesse perdê-los
Eles foram tirados de mim
Brusca e avassaladoramente
E eu não posso fazer mais nada.

Permaneço inerte a tudo que me circunda
E guardo em mim
O sentimento de esperança
E que talvez um dia
Eu ache meus direitos num baú velho
Escondido embaixo da minha própria cama
Empoeirados
Mas ainda assim meus...


Música (0.6)

A letra fala por si.


Nicest Thing
Kate Nash


All I know is that you're so nice
You're the nicest thing I've seen
I wish that we could give it a go
See if we could be something

I wish I was your favorite girl
I wish you thought I was the reason you are in the world
I wish my smile was your favorite kind of smile
I wish the way that I dress was your favorite kind of style
I wish you couldn't figure me out
But you'd always wanna know what I was about

I wish you'd hold my hand when I was upset
I wish you'd never forget the look on my face when we first met
I wish you had a favorite beauty spot that you loved secretly
'Cause it was on a hidden bit that nobody else could see

Basically, I wish that you loved me
I wish that you needed me
I wish that you knew when I said two sugars, actually I meant three
I wish that without me your heart would break
I wish that without me you'd be spending the rest of your nights awake
I wish that without me you couldn't eat
I wish I was the last thing on your mind before you went to sleep

All I know is that you're the nicest thing I've ever seen
And I wish we could see if we could be something
And I wish we could see if we could be something



sábado, 6 de novembro de 2010

Poesia (4.1)

Seguro

O que me segura?
O que me impede?
Estou preso a correntes que não vejo
Estou atrelado a pensamentos que não pensei
Estou morrendo aos poucos de um veneno
Que não sei se é meu.

Talvez minha ânsia por ser feliz
Me faça pensar que sempre consigo aguentar mais um pouco,
Que eu consigo suportar mais uma semana
Até que eu venha a ser feliz de novo.
Mas de que adianta
Ser feliz só nos fins de semana?

Quero uma vida plena e completa.
O problema é saber quais peças me completam.
Acho que poucas.
Minhas lacunas são difíceis de serem completadas.
Tem que ter jeito, manha, insistência.
E nem toda peça vai suprir
Minhas lacunas.

E eu não sei o que estou fazendo
Continuando a jogar com você...

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Poesia (4.0)

Expectativas

Espero que estejamos juntos
Quando o nosso sol se puser.
Espero ainda que estejamos sóbrios
Quando precisarmos voltar a pé para casa
Na calada da noite.
Espero mais que isso,
Espero que sejamos felizes quando
Não houver mais finais felizes nos cinemas.

Torço para morarmos juntos
E ver o tempo passar devagar;
E torço para aproveitarmos
Cada segundo com amor,
Até mesmo os teimosos momentos de dor
Eu torço para que aconteçam
Para que só assim
Saibamos como a vida deve ser vivida
E ainda assim nos amarmos nas manhãs frias.

Então por fim
Quero que tudo isso se realize
Sem que eu tenha que derramar uma gota de sangue.
Mas que sim, tenhamos derramado todo o nosso suor e paixão.
E que isso nos sirva de lição:
Que o nosso sangue nunca deve ser derramado em vão
E que quando o for feito
Que seja para selar o amor.


Poesia (3.9)

Giro Só

Mostre-me o seu sol, por favor,
Antes que eu cegue;
Que não tenho outra opção
A não ser ser apenas um girassol.
Mas não quero ser uma flor perdida
Seguindo um eclipse que nunca cessa.
Quero ver você desde o nascer
E nunca o quero vê-lo morrer.
Mas por brilhar tanto, e para tantas
Será que você verá meu talo
Fazer malabarismos para seguir-te?

Fuja comigo!
Ou apenas arranque-me pelas raízes
E arranque-me rápido,
Rápido para que eu não sofra.
Não quero ser uma flor chorosa,
Não é o meu propósito.
Quero seguir o seu sol
E apenas o seu.
Quero ser sua flor, sua única flor.
E se um dia
Eu cegar e nunca curar,
Quero que cegues também.
Não desejo o mal, me entenda.
Apenas quero que olhes para mim,
E cego, que eu seja a única flor com a qual você sonha.

E talvez um dia,
Por vontade própria ou por mero acaso
Eu pare de seguir o seu sol.
Saiba que você não é o único sol do nosso universo;
Ele é infinito até onde me contaram.
Então, cuide de mim.
Pois meu talo cansado tenta fazer o máximo
Para seguir-te dia após dia.
E se um dia meu talo quebrar
Com o esforço
Ele não voltará a seguir o seu sol.
Sou flor sim
Mas não sou estúpida.
Hei de aprender o meu erro
E talvez um dia
Um outro sol me conquiste...


terça-feira, 2 de novembro de 2010

Poesia (3.8)

Água Rubra

Os pulsos cortados
Deságuam no chão frio de linóleo
Minha dor antes latente
Agora branda.
Calmo e pálido
Eu caminho com dificuldade,
Não posso cair,
Pois não há no que me apoiar,
Não há quem vá me segurar.

De joelhos eu caminho
E deixo atrás de mim
Um rastro de sangue e dor
Que mostram a quem quiser saber
Onde eu estou indo.
Ando para o oeste,
Mas não há quem se interesse em saber para onde vou,
Esse interesse falso fora deixado de lado há muito.

Verde é a grama que cura meus joelhos.
Me arrasto até não haver mais dor em mim,
Me arrasto para longe daqui,
Para um lugar melhor.
Verde é a grama que me cura a alma.

Agora já sem vida, caio na grama verde,
Verde que me cura e me mostra quem sou.
Que eu valho algo.

Fecho os olhos para sonhar.
Sonho com uma vida nova,
Sonho em ser grama um dia
Em ser Verde...


quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Poesia (3.7)

Meu Luxo é Ficar no Lixo

E eu me sinto sujo.
Sujo, imundo.
Impregnado por essa podridão,
Por essa falta de respeito,
Essa falta de respeito comigo mesmo.
Essa sujeira que eu mesmo crio.
Esse lixo que eu mesmo como.
Esse mal cheiro com o qual eu mesmo me perfumo.
Quero me ver livre disso.
Quero me ver limpo.

Limpeza que eu não acho,
Que eu não procuro, sendo sincero.
Limpeza que esbarra na minha vontade própria,
Na minha auto-estima.
Limpeza que eu prefiro deixar de lado
Para permanecer sujo por algum tempo.
É cômodo.
É fácil.
Fácil demais manter-me desse jeito.

Quero que tudo mude
Mas não quero mover um dedo.
Quero que todos mudem
Mas talvez isso me dê medo.

Quero, depois de limpo, manter-me assim,
Pois limpar toda a casa
E entrar com os pés enlameados
Não vale a pena.

domingo, 10 de outubro de 2010

Poesia (3.6)

Sonho do Beija-Flor


Me balanço deitado a essa rede
Suspensa no ar
Como um beija-flor.
Sob essa luz trêmula, fraca e adocicada
Eu olho de longe a minha vida acontecer.
E permaneço deitado...

Um cheiro mole e amargo sobe à minha vista.
Levanto da rede mais por curiosidade do que por vontade de mudar.
Vejo seis pessoas.
Vejo minha família.
Todos reunidos, vestindo roupas que nunca vi.
Circundam algo.
Não sei o que é.
Ando mais alguns passos.

A rede parece longe
A luz tremula mais e mais
O vento uiva baixinho em meus ouvidos:
“Morrestes...”

Me vejo deitado numa rede suspensa no ar.
Vejo que a luz tremula sem parar e agitada.
Pela última vez, vejo meu rosto e ele não está mais vivo.

E a rede cai
E a luz se acende
E eu acordo por fim...

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Poesia (3.5)

Meu Amor

Quero logo!
Agora, agora!
Não me faça esperar muito!
Não me faça esperar nada!
Eu não aguento!
Eu não posso suportar esse tempo longe...
Vamos ficar juntos.
Pra sempre.
Pra todo o sempre.

Eu creio nisso.
Por mais invejados e desprezados que sejamos,
Eu acredito no amor.
Eu acredito no Meu Amor.
E por mais que me digam
Que isso não vai durar,
Que é passageiro,
Eu não escuto.
Meu coração sempre fala mais alto.
Eu nunca senti algo assim;
Nunca mesmo.
Então não consigo ouvir
Que isso não é de verdade,
Que isso não é AMOR.
Só eu sei o quanto o Amor me faz bem.
E esse Amor já me salvou de muitos erros,
Me ensinou muitas coisas.
E por mais que digam que um dia tudo acaba
Eu não ouço.
Eles não tem um Amor como o Meu.
Eles não tem um Amor como o nosso...

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Poesia (3.4)

Deixe-me

Deixe-me.
Apenas deixe-me.
Eu gosto disso tudo.
Gosto do meu livro rasgado,
Do meu disco arranhado,
Da minha cara amassada,
Do meu osso partido,
Do meu coração...
Eu gosto dessa tristeza.
Eu gosto de ouvir Deus rindo às minhas costas
Irônico.
Então, deixe-me.
Apenas deixe-me aqui a definhar.
Eu não pedi para ser salvo.
Eu não pedi para ser socorrido.
Eu nunca pedi sua ajuda.
Eu não estou esperando meu príncipe
Num cavalo branco.
Eu estou esperando a morte.
E sei que ela virá.
É a minha única certeza...

Eu quero ficar aqui
Exatamente como você me conheceu
Exatamente como você me viu sempre:
Ao chão.
Quero ser visto de cima,
Parecer inferior.
Me faz bem.

Eu gosto da solidão.
Dos meus cubos de açúcar
Que só eu vejo como doce.
Eu gosto da minha tela rachada
Que mostra uma imagem honesta.
Eu gosto do meu espelho em cacos
Porque só assim
Eu vejo
Quem eu realmente sou.

Apenas deixe-me...

domingo, 15 de agosto de 2010

Prosa (0.2)

Um zumbido grosso e repetitivo inundava meus ouvidos ao passo que eu chegava à porta do quarto 107 do hotel. Eu tentava frustradamente me acalmar a força, o que resultava numa agonia maior ainda. Eu sabia que ela estaria ali. Eu sabia com quem ela estaria. E eu sabia o que estaria fazendo. O som compassado que eu ouvia aumentando era o som dos meus batimentos cardíacos. Espero que ele não falhe agora.

Parei. Parei à porta. O cheiro da raiva era agridoce. Era como se eu soube que algo meu, algo que eu prezava muito, estava prestes a se esvair. Era como se eu estivesse parado à porta do suicídio. Não um suicídio que iria me levar a óbito, mas algo que me deixaria em coma por um certo tempo. O maior dos fracassos pra mim seria não morrer por completo. Entretanto, eu não estava ali para morrer. Eu estava ali para matar. Matar aquilo que me corroía e que um dia eu chamei de amor.

Coloquei minha mão fria, trêmula e amarga na maçaneta abaloada da porta e girei...




Continua...

Poesia (3.3)

Deusa dos Mares

A Deusa dos Mares perdera os seus poderes
E vinha em minha direção.
Ela estava fria e dura,
Quase morta.
Tragédias aconteceram em seu reino.
Sua vida estava por um fio.
Dois guardas sereianos a seguiam
Mas todo o esforço que eles fizeram fora em vão,
Também eles morriam.
E ela olhava o céu
Como quem olha um filho morto.


A Deusa dos Mares estava morrendo.
E ela morria em meus braços;
Com meu corpo acalantando-a...
Eu que não era mais do que um mero humano
Segura o corpo de uma Deusa em meu colo...
Esse meu colo feito de pecado
Tentava pela última vez
Dar a vida.

Tenho a Deusa dos Mares em meu colo...



sábado, 14 de agosto de 2010

Poesia (3.2)

Morcego

Não faça!
Por favor, não faça!
Se for pra ver isso tudo
Ser jogado na minha cara
Como cobrança depois,
Não faça!
Não quero sua esmola pequena.
Não preciso da sua humilhação.
Não preciso disso.

Não me jogue fora
Pra depois sacudir a poeira
E pedir desculpas.
Toda vez que eu caio
Meus ferimentos aumentam
E nem sempre
Os sanativos que você usa
Os cura por completo;
Os sara.
Se for me jogar no chão mais uma vez
Pense que talvez essa possa ser a última.

Não quero ter que rastejar por você
Toda vez que me vir necessitado.
Não quero ter que saber que eu sou apenas
Um a mais
E nada mais...
Eu quero mais.
Mais de você.
Mais de mim.
E se eu não for suficiente...
Me jogue no chão mais uma vez.
Eu sempre volto...
Eu sempre volto machucado...
Mas eu sempre volto...

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Poesia (3.1)

Questionário

Por mais que eu faça
Nada parece importar.
Nada que vem de mim
Parece ter algum significado.
O que vem de fora
Parece ser melhor.
Como se meu sangue
Que é o seu
Fosse sujo.
O que é de casa nunca se faz presente.
Presente.
Presente dado por mim.

O que eu tenho que fazer
Pra ouvir da sua boca
Que eu sou tudo que importa?
Por que eu tenho que ouvir elogios a outros
Se aos meus ouvidos
Nenhum elogio chega?
Por que eu tenho que sofrer
Quando você está errado?
Por que eu tenho que dizer
Quando você está errado?
Eu odeio tantos “por quês”.
Porque eu te amo.
Esse porque explicativo
Talvez seja o único que me faça entender
Porque eu ainda vivo...

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Poesia (3.0)

Tempo Longe

Como conseguir passar um tempo sem você
Se o que eu conheço por ar
É você quem me traz?
Tudo que eu conheço
Tudo que eu amo
Tudo que eu quero pra mim
Pro resto da minha vida
Está em você.

Mas me fazer sofrer é covardia.
É como jogar fora um terço do seu prato favorito.
É desperdício
De mim.
E eu não quero me jogar fora.

Eu quero ver nos seus olhos
O futuro que eu vejo pra gente,
O futuro que só eu sei que vai acontecer
Porque eu faço o que for preciso
Pra ter você ao meu lado.

A coisa que eu mais quero
É acordar ao seu lado
E saber que a gente vai ficar juntos pra sempre,
Porque se um dia
Eu não mais pensar nisso
Eu posso parar de viver
Porque se for pra ter um futuro
Que seja sem você
Não tenho mais motivo algum pra viver.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Poesia (2.9)

O Fim Por Fim

Como impedir que uma tragédia iminente aconteça?
Como parar o tempo?
Ou até mesmo voltá-lo?
Você está morrendo dentro de mim e não há o que você
Possa fazer para impedir que isso aconteça.
Você está morrendo. E não há nada que ninguém possa fazer...
Queria poder salvar você de morrer.
Mas você está vivo.
E eu vivo em você.
Mas quando você morrer em mim
Não vai haver mais nada que se possa fazer...
Nada resolverá.
Você era tudo pra mim.
Você era o que me fazia querer acordar de manhã.

Juntos nós éramos ilimitados...
Mas hoje não há mais um “nós”.
Há um eu.
Um você.
Um eles...
E eles...
A culpa também não é deles.
A culpa não é de ninguém.
Culpe a si mesmo se quiser.
Eu não sei pôr a culpa em quem eu não acho que merece.
Juntos nós éramos ilimitados.
E hoje é melhor voarmos sozinhos.
Talvez voemos, enfim, livres...
Livres de nós mesmos...

Prosa (0.1)

Caminho

Um choro forte e compulsivo ata minha garganta. Ele não desce. Ele não desce. É como se uma grande parte de mim tivesse morrido. Sem mais nem menos. Nada morre com aviso prévio. E eu sigo caminhando. Sigo...? Tenho que seguir. Mas esse choro me ata a minha cama. A minha vida monótona de sempre. Esse choro que não me deixa ser feliz. Por que não desce? Por que não me deixa ser feliz? Por que esse choro não encontra seu próprio caminho para fora de mim. A pior das armadilhas foram aquelas que eu armei para mim mesmo. Meu choro não vai descer. Eu não saberia viver sem ele. Meu choro sou eu. Minha tristeza é só minha. E eu cuido dela como uma mãe cuida de seu filho recém-nascido. Sem ele eu não saberia viver. Eu vivo uma depressão pós-parto que não tem fim. Minha tristeza é a melhor parte de mim, e é aquela que eu mais quero ver longe. Porque talvez um dia... Talvez um dia eu consiga viver novamente. E talvez um desabafo como esse se faça útil mais na frente, e talvez ele seja um pouco mais feliz. Por agora eu sou só mais um escravo da minha falta de coragem. Preciso voltar a sofrer. Até mais...

domingo, 11 de julho de 2010

Poesia (2.8)

La mort

Prefiro me decepcionar sempre
A achar que tudo vai dar errado.
Prefiro pensar que o impossível
Possa vir a acontecer
A ter medo de dar o primeiro passo
E nunca saber se de fato eu conseguiria.
Prefiro quebrar a cara dez vezes
A ser infeliz com medo de cair.
Prefiro morrer cedo
A viver uma vidinha medíocre atrás de grades de proteção.
Prefiro amar e arriscar tudo uma vez
Mesmo sabendo que um dia pode acabar
A olhar o espelho com desprezo
Por não ter tido a audácia de tentar um amor.
Prefiro ser infeliz a minha vida inteira
A me contentar com a felicidade dos outros.
Prefiro ficar amarrado, vedado, e amordaçado
A ter que escrever o que eu não sinto.
Prefiro morrer agora
A ter que parar de escrever minha poesia.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Poesia (2.7)

Matéria...?

Como são as pessoas?
De que elas são feitas?
A biologia me explica?
Não.
A história?
Talvez...
Mas o que faz de você o que você é?
O que torna você alguém diferente de todo mundo?

Sua criação.
Sua criação foi algo só seu.
Não importa com quem você foi criado
Ou no meio de quantos.
O que fez de você o que você é hoje
É só seu.

Mas isso é mutável?
Tem como destruir minhas bases e construir outras.
É difícil.
O que seu criador fez em você
Marcará sua vida sem precedentes:
Um pai agressivo
Uma mãe submissa
Uma irmã mandona
Um irmão mais velho e mandão
Uma avó carinhosa
Uma tia que lhe enchia de mimos.

Talvez o que torne você quem você é
Seja você mesmo.
Mas o homem é um fruto do meio
Também.
E não só disso.
Somos a junção de quedas, tropeços
Amores, frustrações, brincadeiras, fofocas,
Doces, pães, livros, filmes...
O que me faz ser quem eu sou é o que eu vivi.
E eu espero que isso tenha valido a pena
Porque se não, eu não vali a pena.

domingo, 13 de junho de 2010

Poesia (2.6)

Fui Levado

Abaixei minha cabeça
E fui levado.
Levado para longe.
Para onde eu não teria que ser eu.
Onde eu sou obrigado a ser tudo que eu tento não ser.
Um lugar triste, frio, sem amor.
Fui obrigado a chegar até esse lugar
Sem nenhuma reclamação.
Não tinha para onde ir.

E se eu fugir?!
Não adianta.
Eu sempre volto para lá.
Minha cabeça nunca se ergue.
Minha voz nunca se exalta.
Minha vida nunca valeu a pena nesse lugar.

Fui levado de mãos atadas.
Com sal nos olhos
Eu tento não chorar.
Com sal nos olhos
Eu tento ser forte.
Mas não dá.

Fui levado na covardia de uma transa.
E me vejo aqui sem ter para onde ir.
Pois é aqui que eu fui concebido.
E é aqui que eu devo ficar.

Quando abro minha janela, sonho.
Sonho com o mundo lá fora.
Com um mundo de possibilidades.
Mas isso está tão distante...

Fui levado para onde não queria estar.
Estou preso.

Fui levado para casa.

Poesia (2.5)

Ranger de Dentes

E na hora do ranger de dentes
Eu sorrio.
Abro um largo sorriso acalante
Para mostrar que está tudo bem.
Quando nunca está.

Na hora do ranger de dentes
Eu faço uma piada.
E vejo brotarem sorrisos,
Sorrisos que não me fazem sorrir.

E quando eu vejo um ranger de dentes
Eu sorrio mais uma vez.
Pra ver se posso consertar o que eu não quebrei.
Pra ver se posso ajudar o sorriso dos outros nascer.

E quando eu quero ver um ranger de dentes
É fácil.
Apenas expurgo os meus dentes rangidos.
Mas eles não são bem-vindos.

Na hora do ranger de dentes...
Simplesmente sorrio.

domingo, 9 de maio de 2010

Poesia (2.4)

Enfado

Estou cansado de ouvir tantas perguntas.
Perguntas com respostas óbvias.
Estou cansado de ouvir tantas reclamações
Por coisas tão pequenas.
Estou cansando de ter que aturar os mimos
Dos outros.

Minha vida mudou tanto
Em tão pouco tempo
Que eu jamais me imaginaria onde estou.
Jamais me imaginaria sendo o que sou.
Verdade seja dita, eu mudei pra melhor.
Mas mudar pra melhor significa ter que sofrer
E mudar pra melhor sempre é o que eu queria ter.
Porque mudar pra melhor, pra mim, foi pior.

E estou cansando de ter que ver meus antigos,
E já passados defeitos, em outras pessoas.
E estou me cansando de lutar.
Se o juiz começar a contagem,
Eu não vou me levantar.

Mas eu mudei pra melhor...
E daí?
O mundo não ficou melhor.
As pessoas que me circundam mudaram,
Demais.
E o mundo não ficou melhor.
Eu preferia ter continuado pior
Do que ter que ver o pior nos outros.
Porque quem me amava de verdade via meus defeitos
Sem problemas maiores.
Mas eu não consigo ver meus defeitos
Nessas pessoas.
Cansa demais...

Mas eu mudei pra melhor...
E daí?
O mundo não ficou melhor.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Música (0.5)

Eu já conhecia essa música, mas não sabia o quão linda ela era, e agora que tocou em Glee eu tô extremamente apaixonado pela faixa. O nome é: Total Eclipse of the Heart.
O link da versão de Glee é este:http://www.youtube.com/watch?v=jYqVcrihGqc
E o link da versão orginal, pra quem quiser comparar XD é este:http://www.youtube.com/watch?v=7Ujmb3jQAJE


Turn around, every now and the I get a little bit lonely and you're never coming round
Turn around, every now and the I get a little bit tired of listening to the sound of my tears
Turn around, every now and the I get a little bit nervous that the best of all the years have gone by
Turn around, every now and then I get a little bit terrified and then I see the look in your eyes

Turn around, bright eyes
Every now and then I fall apart
Turn around, bright eyes
Every now and then I fall apart

And I need you now tonight
And I need you more than ever
And if you only hold me tight
We'll be holding on forever
And we'll only be making it right
Cause we'll never be wrong
Together we can take it to the end of the line
Your love is like a shadow on me all of the time
I don't know what to do and I'm always in the dark
We're living in a powder keg and giving off sparks

I really need you tonight
Forever's gonna start tonight
Forever's gonna start tonight
Once upon a time I was falling in love
But now I'm only falling apart
There's nothing I can do
A total eclipse of the heart
Once upon a time there was light in my life

But now there's only love in the dark
Nothing I can say
A total eclipse of the heart
Turn around, bright eyes
Every now and then I fall apart
Turn around, bright eyes
Every now and then I fall apart

And I need you now tonight
And I need you more than ever
And if you only hold me tight
We'll be holding on forever
And we'll only be making it right
Cause we'll never be wrong
Together we can take it to the end of the line

Your love is like a shadow on me all of the time
I don't know what to do, I'm always in the dark
We're living in a powder keg and giving off sparks
I really need you tonight
Forever's gonna start tonight
Forever's gonna start tonight

Once upon a time I was falling in love
But now I'm only falling apart
Nothing I can say
A total eclipse of the heart
A total eclipse of the heart

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Poesia (2.3)

Lágrimas Vivas

Por que essa lágrima não cai?
Por que não desce?
O caminho do rosto é tão difícil assim?
Será que ela tem medo de sair?
De ver o mundo lá fora?

Essa lágrima está presa à minha garganta.
E ela me sufoca.
E ela me deixa sem palavras.
E ela me aperta o peito
E faz com que eu não queria viver.
Essa lágrima está sendo meu veneno
Em doses pequenas; eu morro.
E não tem nada que faça querer viver
E não tem nada que me prenda aqui.

Então por que não beber esse choro todo?
Por que não mergulhar nessa solidão acompanhada
Que me faz miseravelmente triste?
Acho que saber que posso consertar as coisas me conforta.
Mas e quando não fui eu que quebrei nada?
Tenho que colar o que eu não joguei no chão?
Fazer o trabalho pesado pelos outros?
Me sacrificar?
Me martirizar?
Sofrer mais ainda?!

Eu prefiro ter um pássaro por perto
A ter que cair para poder voar sozinho.

Poesia (2.2)

Estacinário

Onde está aquele menino?
Onde ele foi parar?
Aquele menino...
Cheio de sonhos!
Ele que queria tanto,
Ele que queria tudo!
Astronauta,
Médico,
Advogado,
Grande.
Tudo isso ele quis ser.

Mas onde foi parar?
Onde foi enterrado?
Estará olhando para mim com desprezo?
Estará aquele menino olhando para mim com pena?
Estará aquele menino feliz em me ver?

Aquele menino morreu.
E as lágrimas que correm em meu rosto
São as dele.
São as minhas.

Onde foram parar os sonhos?
Onde foram guardados os sonhos?
Por que eles não voltam?
Não, melhor não.
Seria doloroso demais voltar a sonhar...

domingo, 2 de maio de 2010

Poesia (2.1)

Ainda bem...

Não poderia estar mais feliz
Poderia?
Não poderia estar mais cheio de graça
Poderia?
Não poderia estar mais bonito
Poderia?

Ainda bem que não
Ainda bem que está tudo bem.
Ainda bem que ninguém mais reclama.
Ainda bem que tudo está como sempre fora.
Ainda bem que estão todos mortos.
Ainda bem.

Poderia estar mais triste?
Poderia estar mais feio?
Poderia estar mais morto?
Não poderia.

Porque ainda bem tudo está bem outra vez.
E não precisa mais matar ninguém.
Porque todos estão mortos.

Não poderia estar mais feliz
Poderia?

terça-feira, 27 de abril de 2010

Poesia (2.0)

Apenas um Jogo

Lembro-me de um jogo.
Um jogo como que um quebra-cabeça.
Só que mais simples.
O objetivo era colocar formas geométricas
Dentro de seus respectivos encaixes.
Cada peça encaixava-se perfeitamente.
Perfeitamente.

Hoje em dia
Vejo-me jogando o mesmo jogo
Apenas com a diferença de que
Não consigo fazer com que nos encaixemos.
Meu triângulo não cabe no seu quadrado.
Simplesmente não cabe.
Não foi feito para se encaixar.

Me esforço ao máximo para,
Pelo menos,
Mantê-los juntos,
Pertinho um do outro.
Para que eles possam sentir o calor
Que o outro passa.

Mas não se encaixam.
E quando eu parar de me esforçar
Para mantê-los juntos
Não haverá força nenhuma
Que possa juntá-los.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Poesia (1.9)

Cotidiano

Quando tudo estiver indo por água a baixo
Sorria.
Não deixe que os outros fiquem tristes.
Finja.
Finja bem.
Finja tão bem que você começará a acreditar
Que você não está mais fingindo.
Porque se estão felizes ao seu redor
Por que você não estaria feliz?

Por mais que suas lágrimas não derramadas
Sangrem por dentro,
Ardam como sal,
Queimem como metal aquecido,
Sorria!

Você não tem o direito de demonstrar que chora.
Você não pode.
Porque você nasceu pra fazer com que sejam felizes.
Sua felicidade é totalmente irrelevante.
Sua felicidade não o levará a lugar algum.

E quando for cobrar um sorriso de alguém
Pense duas vezes.
Pois você não merece que ninguém lhe sorria.
Pois se o sorriso de outrem lhe faz feliz
Você não estaria cumprindo sua tarefa;
O sorriso dos outros pode lhe distrair.
E você não quer ser feliz;
Quer?

sábado, 24 de abril de 2010

Poesia (1.8)

Ilimitados


Acho que é um tipo de amor
Que dura pra sempre.
Que certamente não acaba.
Que vai deixar marcar em tudo que eu fizer.
E eu acho que minha vida não seria a mesma
Tenho certeza que a minha vida não seria a mesma.
Porque simplesmente eu não consigo não pensar em você.
Você vai sempre estar lá pra mim,
E pode contar comigo.
Pode contar comigo sempre.
Porque se não fôssemos amigos...
Eu não sei o que eu faria.
Eu acho que...
Eu não acho nada.
Eu sei que minha vida não seria tão boa
Divertida.

Quem pode dizer que eu mudei pra melhor?
Eu acredito que mudei pra melhor.
E só porque eu te conheci.
Só porque eu te conheci.
Eu mudei pra sempre.

Juntos nós somos ilimitados!
Juntos nós SOMOS.
E se você acha que voar sozinho é o mesmo que voar livremente
Eu acho que você está enganado.
Porque juntos nós somos ilimitados.

E eu não só ouvi dizer, como eu sei que
Se eu não conhecesse você
Eu não seria nada do que eu sou hoje.
Porque a gente se ajuda.
Porque a gente sabe que juntos somos ilimitados.

Não esquece que juntos nós somos ilimitados!


segunda-feira, 12 de abril de 2010

Poesia (1,7)

Oka-san

Como fazê-la acreditar que eu não minto?
Que eu apenas não posso dizer a verdade?
Como convencê-la de que eu não sou uma rapariga
Nem um puto, nem um animal, nem um idiota?
Como lidar com as duas faces que ela apresenta por vezes?
Uma calma e solidária, outra, a mais frequente, que me xinga
E quer que eu morra?

Não quero passar a minha vida inteira escondido.
Não quero ouvir tudo isso toda vez que eu fico feliz.
Por que eu não posso ser feliz, enquanto ela tem uma vida
Que não a agrada?
Inveja não deveria ser um sentimento que ela deveria
Alimentar em relação a mim.

Não preciso sofrer tudo isso.
Eu posso ser submisso, eu posso ser gentil,
Eu posso me humilhar, eu posso não ser eu.
Não seria melhor que eu não tivesse nascido?!
Ou apenas mudar minha personalidade inteira.
A primeira opção é mais fácil de ser alcançada.

Então, como lidar com uma pessoa que você tem que ver todo dia?
E essa pessoa não sabe conversar, lidar ou até mesmo falar com você?
Eu quero ter minha vida de volta.
Eu quero poder ser independente e não ter que dizer para onde vou sair!
Eu quero poder chegar a hora que quero, e dormir com quem quero!
Eu quero ser grande!
Eu preciso!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Poesia (1.6)

Rua dos Bobos


Com quantos tijolos se constrói uma casa?
Com quantos atos se constrói uma vida?
Em quanto tempo se constrói uma casa?
Em quanto tempo se constrói uma vida?
Uma casa se faz com vários tijolos.
Uma vida se faz com vários atos.
Uma casa leva alguns meses.
Uma vida leva alguns anos.

Em quanto tempo se destrói uma casa?
Em quanto tempo se destrói uma vida?

Com poucos utensílios e algumas horas
Deixa-se uma casa em ruínas.
Com algumas palavras, ou pequenos atos,
Se finda uma vida.
E uma vida vale uma casa?
E uma casa pode manter uma vida?
Quantas casas deixam você vivo?
Porque minha casa deve ser minha vida?
Quero minha casa pra sempre?
Quero minha vida pra sempre,
Isso eu quero.


quarta-feira, 3 de março de 2010

Música (0.4)

Essa é uma música de um musical da Broadway chamado Wicked, que conta a história da Bruxa Má do Oeste (O mágico de Oz) em uma nova perspectiva. A música abaixo é a música do último encontro entre duas grandes amigas separadas por várias razões, é linda.


FOR GOOD - WICKED

ELPHABA
I'm limited:
Just look at me - I'm limited
And just look at you -
You can do all I couldn't do, Glinda
So now it's up to you
(spoken) For both of us
(sung) Now it's up to you:

GLINDA
I've heard it said
That people come into our lives for a reason
Bringing something we must learn
And we are led
To those who help us most to grow
If we let them
And we help them in return
Well, I don't know if I believe that's true
But I know I'm who I am today
Because I knew you:

Like a comet pulled from orbit
As it passes a sun
Like a stream that meets a boulder
Halfway through the wood
Who can say if I've been changed for the better?
But because I knew you
I have been changed for good

ELPHABA
It well may be
That we will never meet again
In this lifetime
So let me say before we part
So much of me
Is made of what I learned from you
You'll be with me
Like a handprint on my heart
And now whatever way our stories end
I know you have re-written mine
By being my friend:
Like a ship blown from its mooring
By a wind off the sea
Like a seed dropped by a skybird
In a distant wood
Who can say if I've been changed for the better?
But because I knew you:

GLINDA
Because I knew you:

BOTHI have been changed for good

ELPHABA
And just to clear the air
I ask forgiveness
For the things I've done you blame me for

GLINDA
But then, I guess we know
There's blame to share

BOTH
And none of it seems to matter anymore

GLINDA ELPHABA
Like a comet pulled Like a ship blown
From orbit as it Off it's mooring
Passes a sun, like By a wind off the
A stream that meets Sea, like a seed
A boulder, half-way Dropped by a
Through the wood Bird in the wood

BOTH
Who can say if I've been changed for the better?
I do believe I have been changed for the better?

GLINDA
And because I knew you:
ELPHABA
Because I knew you:

BOTH
Because I knew you:
I have been changed for good.


segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Poesia (1.5)

Para se verem


Abram os olhos!
Abram os olhos e vejam,
os olhos...
Maduros olhos.
Chorosos,
Bravos,
Misteriosos...
Mas,
Como maduros se verdes?
De que modo se
límpidos
e calmos
e óbvios?

Se olho tais olhos,
me vejo.
Sei que quando brigam comigo
não consigo vê-los,
fitá-los,
fixar neles meu olhar errante.
Mas quando finalmente o faço,
são só alguns instantes,
para que os errados olhos
corrijam a postura
e sorriam verdemente para mim.

Fechem os olhos!
Vocês já experimentaram
o cintilante olhar
daqueles amáveis,
desses amantes,
destes amados...
Olhos.

Meu egoísmo cego,
meus olhos fechados,
os dele, abertos.
Um sonho guardado
que eu revelei.
Que me revelo
e revejo,
pois não me canso de ver.

De ver
Verde.
Ver de perto
o que é certo da alma,
o que é belo do corpo.
A janela,
A vidraça,
O velho
e o novo.

A cor se mantém,
a cortina brilhante
se abre à retina.
Não é a menina,
no palco, atuante.
É meu menino dos olhos!
Ah, esses olhos...

Deveria ser verde
a fruta que se vende,
doce como eles,
em tempos de festa.
Para mim,
são invendíveis,
invendáveis,
inconfundivelmente verdes,
as Maçãs do Amor.





Mais uma poesia que eu ganhei... É tão linda... (L)

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Poesia (1.4)

Por Um (Triz)

Uma flor desabrochou
no jardim da minha vizinhança
cerca de dois anos depois
do meu nascer.
Essa flor eu vi crescer,
amadurecer e se tornar
a mais bela das flores do jardim.
E com essa flor eu me identifiquei
simplesmente assim:
nascemos prontos uma para o outro.

Por mais experiente que eu seja,
vejo nela um olhar de mãe,
sempre com uma palavra de conforto, amor e maturidade,
ela sabe muito bem me fazer
esquecer a sua pouca idade.

Seu sorriso parece refletir o sol,
Seus cabelos me lembram as ondas
de um mar onde moram sereias.
Seus olhos... Ah! Seus olhos...
Sinto que deles emanam a essência
do que é ser amiga.
Essa flor é linda!

Dessa flor eu retiro um pouco de
néctar.
Ela o tem de sobra!
Esse néctar me é vida;
amor.

Essa flor é o meu guia,
e que a rima se faça com seu nome:
te amo, (?)