terça-feira, 2 de novembro de 2010

Poesia (3.8)

Água Rubra

Os pulsos cortados
Deságuam no chão frio de linóleo
Minha dor antes latente
Agora branda.
Calmo e pálido
Eu caminho com dificuldade,
Não posso cair,
Pois não há no que me apoiar,
Não há quem vá me segurar.

De joelhos eu caminho
E deixo atrás de mim
Um rastro de sangue e dor
Que mostram a quem quiser saber
Onde eu estou indo.
Ando para o oeste,
Mas não há quem se interesse em saber para onde vou,
Esse interesse falso fora deixado de lado há muito.

Verde é a grama que cura meus joelhos.
Me arrasto até não haver mais dor em mim,
Me arrasto para longe daqui,
Para um lugar melhor.
Verde é a grama que me cura a alma.

Agora já sem vida, caio na grama verde,
Verde que me cura e me mostra quem sou.
Que eu valho algo.

Fecho os olhos para sonhar.
Sonho com uma vida nova,
Sonho em ser grama um dia
Em ser Verde...


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