domingo, 28 de novembro de 2010

Poesia (4.5)

Verde Verde

O meu problema foi ter apressado as coisas
Desde o começo.
Eu fui apressado demais
Pra tudo.
Me apressaram também.
Cresci depressa;
Perdi muita coisa
Perdi minha infância envolvido em pensamentos
Que não eram meus.
É como se a vida tivesse me empurrado pra frente, sabe?
O problema é que eu não sei mais
Como é ter a minha idade biológica.
Desaprendi a ser imaturo.
Imaturo comigo mesmo.
Não que eu seja o mais maduro sempre,
O mais sensato.
Mas é o melhor que eu posso ser.

Eu fico pensando
Se alguém no mundo
É suficiente pra mim.
Se há alguém que possa me mudar.
Se há alguém que possa me completar.
Que possa me fazer feliz.
Que possa ser perfeito pra mim.
Perfeição não existe.
Mentira!
Quero que alguém perfeito
Me resgate da minha vida medíocre
E me faça ver o bom da vida.

Estou esperando há tanto...
Apressei tudo
Na esperança de poder ver logo.
Na esperança de ter tudo que é preciso antes de todo mundo.
Apressei ou fui apressado?
Quero ver o fim de algo que não sei como começou...
E isso me mata.
E isso me faz acelerar mais e mais.

Como se aprende a morrer se não se soube sequer nascer
Quanto mais viver?


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