segunda-feira, 3 de maio de 2010

Poesia (2.3)

Lágrimas Vivas

Por que essa lágrima não cai?
Por que não desce?
O caminho do rosto é tão difícil assim?
Será que ela tem medo de sair?
De ver o mundo lá fora?

Essa lágrima está presa à minha garganta.
E ela me sufoca.
E ela me deixa sem palavras.
E ela me aperta o peito
E faz com que eu não queria viver.
Essa lágrima está sendo meu veneno
Em doses pequenas; eu morro.
E não tem nada que faça querer viver
E não tem nada que me prenda aqui.

Então por que não beber esse choro todo?
Por que não mergulhar nessa solidão acompanhada
Que me faz miseravelmente triste?
Acho que saber que posso consertar as coisas me conforta.
Mas e quando não fui eu que quebrei nada?
Tenho que colar o que eu não joguei no chão?
Fazer o trabalho pesado pelos outros?
Me sacrificar?
Me martirizar?
Sofrer mais ainda?!

Eu prefiro ter um pássaro por perto
A ter que cair para poder voar sozinho.

Um comentário:

  1. Eu tô assim, com lágrimas presas. Elas me incomodam e insistem em ficar presas. :~

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