domingo, 7 de novembro de 2010

Poesia (4.3)

Solo Só

A felicidade se rui por fim
Chegada a noite tenra.
E um dia que se fazia bom
Se faz agora perverso e obcusro.

Minha vida se mostra um solo denso.
É só cavar um pouco que o sangue jorra farto.
E jorra destruindo tudo
Jorra forte e determinado a derrubar tudo que me mata.
E aos poucos eu morro mesmo.
Morro sim.

Eu sou uma tragédia.
Trágico, trágico, trágico.
Continuo a me mover com sangue nos olhos
Tentando enxergar para onde vou
E se é que vou de fato.
Para onde caminham por mim
Já que não me movo com liberdade.

Quero esquecer muita coisa antes
De tentar tapar com suor e lágrimas
Meu solo aberto e exposto.
Quero que muitos se destruam e saiam
Da minha lavoura.
Quero escolher o que planto
Quero escolher o que colho.
E quero antes de mais nada
Saber onde piso.

E ao primeiro sinal de sangue
Quero correr longe
Pois acho que não aguento outro derrame como esse...


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