quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Poesia (4.8)

Casa Suja, Chão Sujo

Calada, reclusa, morta por dentro.
Sem nada a acrescentar.
Uma mulher centrada.
Centrada em fazê-lo feliz.
E faço isso muito bem.
E faço isso melhor do que ninguém.

Ser aquela atrás do grande homem
Nunca me foi uma tarefa fácil.
Lavar-passar-arrumar-cozinhar.
Servir.
Ser a que serve.
A que mantém.
A que sustenta.

Aprendi a mentir com um sorriso no rosto,
A sofrer gargalhando,
A morrer de olhos abertos.
E a fugir sem deixar pistas.

Mas na calada da noite eu sempre volto,
Porque não sei mais viver sem isso,
Não sei como se vive sem mentiras
E fingimentos.
Minhas mentiras me tornaram o que sou.
E não há verdade nenhuma nesse mundo
Que possa mudar isso.

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