quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Prosa (0.1)

Caminho

Um choro forte e compulsivo ata minha garganta. Ele não desce. Ele não desce. É como se uma grande parte de mim tivesse morrido. Sem mais nem menos. Nada morre com aviso prévio. E eu sigo caminhando. Sigo...? Tenho que seguir. Mas esse choro me ata a minha cama. A minha vida monótona de sempre. Esse choro que não me deixa ser feliz. Por que não desce? Por que não me deixa ser feliz? Por que esse choro não encontra seu próprio caminho para fora de mim. A pior das armadilhas foram aquelas que eu armei para mim mesmo. Meu choro não vai descer. Eu não saberia viver sem ele. Meu choro sou eu. Minha tristeza é só minha. E eu cuido dela como uma mãe cuida de seu filho recém-nascido. Sem ele eu não saberia viver. Eu vivo uma depressão pós-parto que não tem fim. Minha tristeza é a melhor parte de mim, e é aquela que eu mais quero ver longe. Porque talvez um dia... Talvez um dia eu consiga viver novamente. E talvez um desabafo como esse se faça útil mais na frente, e talvez ele seja um pouco mais feliz. Por agora eu sou só mais um escravo da minha falta de coragem. Preciso voltar a sofrer. Até mais...

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