sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Poesia (3.9)

Giro Só

Mostre-me o seu sol, por favor,
Antes que eu cegue;
Que não tenho outra opção
A não ser ser apenas um girassol.
Mas não quero ser uma flor perdida
Seguindo um eclipse que nunca cessa.
Quero ver você desde o nascer
E nunca o quero vê-lo morrer.
Mas por brilhar tanto, e para tantas
Será que você verá meu talo
Fazer malabarismos para seguir-te?

Fuja comigo!
Ou apenas arranque-me pelas raízes
E arranque-me rápido,
Rápido para que eu não sofra.
Não quero ser uma flor chorosa,
Não é o meu propósito.
Quero seguir o seu sol
E apenas o seu.
Quero ser sua flor, sua única flor.
E se um dia
Eu cegar e nunca curar,
Quero que cegues também.
Não desejo o mal, me entenda.
Apenas quero que olhes para mim,
E cego, que eu seja a única flor com a qual você sonha.

E talvez um dia,
Por vontade própria ou por mero acaso
Eu pare de seguir o seu sol.
Saiba que você não é o único sol do nosso universo;
Ele é infinito até onde me contaram.
Então, cuide de mim.
Pois meu talo cansado tenta fazer o máximo
Para seguir-te dia após dia.
E se um dia meu talo quebrar
Com o esforço
Ele não voltará a seguir o seu sol.
Sou flor sim
Mas não sou estúpida.
Hei de aprender o meu erro
E talvez um dia
Um outro sol me conquiste...


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