segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Poesia (1.5)

Para se verem


Abram os olhos!
Abram os olhos e vejam,
os olhos...
Maduros olhos.
Chorosos,
Bravos,
Misteriosos...
Mas,
Como maduros se verdes?
De que modo se
límpidos
e calmos
e óbvios?

Se olho tais olhos,
me vejo.
Sei que quando brigam comigo
não consigo vê-los,
fitá-los,
fixar neles meu olhar errante.
Mas quando finalmente o faço,
são só alguns instantes,
para que os errados olhos
corrijam a postura
e sorriam verdemente para mim.

Fechem os olhos!
Vocês já experimentaram
o cintilante olhar
daqueles amáveis,
desses amantes,
destes amados...
Olhos.

Meu egoísmo cego,
meus olhos fechados,
os dele, abertos.
Um sonho guardado
que eu revelei.
Que me revelo
e revejo,
pois não me canso de ver.

De ver
Verde.
Ver de perto
o que é certo da alma,
o que é belo do corpo.
A janela,
A vidraça,
O velho
e o novo.

A cor se mantém,
a cortina brilhante
se abre à retina.
Não é a menina,
no palco, atuante.
É meu menino dos olhos!
Ah, esses olhos...

Deveria ser verde
a fruta que se vende,
doce como eles,
em tempos de festa.
Para mim,
são invendíveis,
invendáveis,
inconfundivelmente verdes,
as Maçãs do Amor.





Mais uma poesia que eu ganhei... É tão linda... (L)

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