quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Poesia (13.3)


Azul

Sentir o calor no peito de novo;
Esse medo tão velho
De querer estar perto,
De querer estar junto,
De querer ser seu
Pelas inúmeras
Primeiras vezes.

Medo meu bobo,
Eu sei,
Você já disse
Várias vezes,
Medo seu, bobo...

Saber que eu,
Eu ainda posso me sentir assim
Faz meu sorriso tão largo,
Meus olhos tão verdes,
Minhas mãos tão firmes...
Contras as suas tão doces.

Queria que você tivesse sido
O primeiro.
Aquele que teria me levado
Embora,
Aquele que teria me desconstruído
De dentro para fora.
Talvez assim não sentisse eu
Medo.

Medo de mim mesmo,
Medo do que podemos nos tornar;
Por mais que queiramos
Não sabemos –
Não temos o direito de saber –
Desse futuro.
Esse futuro tão azul...

Que as ondas que um dia me levaram embora
Possam agora
Dar conta de mim como antes.
Que essa onda possa me trazer de volta
A felicidade que tenho comigo,
E agora só contigo,
A cada instante.
A mais azul
Das felicidades.

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