sábado, 11 de agosto de 2012

Poesia (13.8)


Papéis Dobrados e Mais Alguns Sentimentos

Revirando caixas
Deparo-me com antigas cartas
De um amor velado
Que tive comigo
Até quando achei saudável.

Lágrimas amareladas
Correram em direção
As cartas que pareciam
Mais brancas do que eu.

Lágrimas velhas
Eram aquelas.

Um suspiro profundo
Encheu meus olhos de poeira
E dor.

Não pude manter aquilo comigo;
Espero que eu seja
Perdoado
Por não tê-las deixado estar
Como estavam.
Doeria muito
Saber que em algum móvel antigo
As cartas estariam
Mantidas em sigilo,
Intocadas,
E guardando todo aquele sentimento
Que fora um dia compartilhado.

Imagino onde andam
As cartas adoçadas
Que eu mandara há muito.
Que eu mandara até um dia desses.

A nostagia
Acerta forte meu peito
Com nítidas lembranças
De um tempo
Que já não volta.

Maldigo
A tristeza que um dia
Abalara o que fora chamado
De amor.

Tento me recordar
Quando tudo isso
Tivera seu início.
Quando eu posso dizer
Que começara
O fim disso tudo?
Talvez nunca tenhamos
Começado.
Acabamos um ao outro
Durante todo esse tempo.

Ah, a ironia de encontrar
Esses papéis dobrados...

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