Plástico e Vidro
O fardo da consciência
O fardo da consciência
Que busca
sempre
O abono
No conforto.
Plásticos
ambos.
Que só
parecem resistentes
Quando
medidos
À luz da
lua.
E ainda
assim
Estou eu lá
Pairando
como sombra.
Como brisa de um vento
Como brisa de um vento
Que queria
soprar forte
Mas não há
árvores
Para dar-lhe
voz.
Sorrisos rasgam-se
Sorrisos rasgam-se
Em sangue.
Rubro sangue
do meu silêncio
Que guardo
como cantiga de ninar
Toda noite
que lembro
Que partiu
da minha permissão
Toda a corja
De indelicadezas
Que hoje
aturo
Com tom de
brincadeira
Ao som do
ódio
Que nunca
tarda por vir.
A falsidade
melancólica
Das minhas
declarações de amor
Que não
passam
De um pedaço
de papel
Que boia sem
rumo
Tentando
enxugar
A água do
mar.
O fardo da
consciência
Que busca
sempre
O abono
No conforto.
Medo meu
Desse eterno
conforto
E da recém descoberta
De que todos
os tetos de vidro
Me convêm.
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