quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Poesia (15.0)


Estamos Tranquilos

A desequilibrada melancolia
Vez por outra
Bate a minha porta
Para me lembrar
Da minha quantidade de lamentos.

É difícil aceitar
O fato de que eu
Não tinha mais como fazer
Nada para mudar.
Eu mudei o que podia
E tive que arcar
Com a suas covardias
Perante a vida.
Perante o amor que fora jurado
Por tantas e tantas noites.

O pavor da solidão.
Do fim extremo.
Do fim mal resolvido.
Mal resolvido, não,
Pois não havia,
Não há sequer,
Resolução para isso.

Suas pernas bambas
Sairam de casa
Sem hora para voltar.
Sentei na poltrona empoeirada
E chorei minha vida fora.
E tive que limpar a casa sozinho.

Suas dores mudas
Buscaram no som alto
Das vozes nas festas
A voz para sair de mim.
Mas você não consegue.
Isso não é tranquilidade.

Tranquilidade.
Palavra esquisita.
Deitar tranquilo não me é
Oferecido há um bom tempo.
Arrependimentos mil.
“E se...”
“E se...”
“E se...”
Todos jogados ao vento
Em busca de uma resposta
Que não virá até que eu me permita
Ser feliz comigo mesmo
Ou sequer com o meu futuro.

Ainda não vejo sentido
Nas suas ligações
E tristezas musicais.
Mas quem sou eu
Para interromper
Um amor seu que nasce
Tão claro todo dia
No que você tem chamado
Tranquilidade.

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