quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Poesia (13.5)


Setas

Coçar o corte
Afundando mais
O que já não sarara.
Em busca da dor.
Como se sentir dor
Fosse o que me fizesse
Vivo.

Tem algo muito errado
Comigo.

O prazer
No cheiro do ferro
Que sai
Do peito
Rasurado.

Não.
Você não tem o direito
De me pedir para esperar.
Esperar o quê?
Precisar de quê?
Parar a minha vida por você
Ainda?
Ainda?!

Não posso continuar
Nesse jogo masoquista
No qual você mantem
O que sempre quis
E ainda me tem
Como um eterno prazer
Reserva.

Há uma luz para mim
Em algum lugar
Talvez não seja esse novo
Azul;
Pode ser o próximo Vermelho
Ou até Verde mesmo,
Quem sabe?
Qualquer um
Menos você.

Não posso dar mais nenhum passo
Em sua direção.
O que eu sigo agora
É a minha sorte.
São as linhas da minha mão
Que me dizem
Aonde devo ir.

Pode cair toda a chuva do mundo,
Nenhum pensamento meu
Há de cobrir você no frio,
Nenhum abraço meu
Trará conforto
As escolhas que você fez
Lúcido,
São,
Sem intervenção minha.

Mantenha seu foco
Que minha dor tão minha
Vai passar.
Só não posso sentar no chão
Toda vez que você achar
Que eu estou feliz
Com outra pessoa.

Cadê a sua felidade?
Cadê que a sua mentira
Consegue enganar a você mesmo?

Minha auto-sabotagem
Para por aqui.
Minhas setas apontam
Para frente,
Onde eu hei de achar
Alguém que sempre vai me amar
Como eu sou.
Minha setas apontam
Para mim e para mim só.

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