A Morte do
Ladrão de Sonhos
Quando se fazem calmos os ventos
Quando se fazem calmos os ventos
Trovões
repentinos
Rasgam o céu
Iluminando
cicatrizes
Recém
criadas,
E anunciam a
chegada
Dele.
Passos
bambos são ouvidos ao longe.
Passos
familiares
Do homem
ébrio
Que tende a
roubar meu sono
E minha paz.
Homem
pequeno,
Sem quase
nenhum atributo
Que o faça
merecedor
De atenção.
Mesquinho
nato,
O rapaz
sempre fez questão
De
demonstrar suas atitudes
Egoístas
para o mundo.
Ao alcançe
da mão
As fotos das
suas noitadas
Estavam
dispostas
Numa
organização exemplar
Que o só o
rapaz
Pudera fazer
com tanto apreço.
Amigos
novos,
Festas
longas,
Boas
conversas,
Bons
assuntos.
Uma pessoa
de seu agrado físico
A tiracolo
Para
demonstrar que ele tinha de fato
Algo que ele
poderia chamar de seu.
O vazio
desse homem
Se preenchia
As minhas
custas.
Eram da
minha boca
Que saíam as
mais tenras
Palavras de
amor
Que só elas
Podiam
fazer-lhe
Feliz.
Ou no
mínimo,
Mais
importante aos olhos de alguém.
Será que
sabem da verdade
Todos esses
amigos?
Será que a sua
posse tão redonda
Sabe por
onde andam os sentimentos
Desse moço
tão pequeno e inocente?
Será que
ousam perguntar
Onde estava
ele
Quando
completaram um mês
De mentiras
bem contadas?
Não hei de
ser eu
O alimento
para homem
Tão
acovardado.
Não hei de
ser eu
A figura que
há de fazer
Esse homem
triste
Ou sequer
feliz.
Não hei de
dar minha vida
As custas de
um amor
Trocado e
pequeno.
Ao som e luz
dos trovões repentinos
Ateio fúria
às ruas pelas quais
O homem
anda.
Hipnotizo-me
ao ver as labaredas
Que cobrem o
meu corpo
Fazendo da
minha pele
Combustível
necessário
A morte.
Posso
queimar tudo que tenho
Mas daqui
Ele não
sairá vivo.
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