sábado, 17 de outubro de 2009

Poesia (0.8)

A um Ente Querido

Não te amo mais.
Não como costumava.
A vida e tempo fizeram-me
Ver o quanto as pessoas podem
Ser boas umas para as outras.
E não consegues ser bom para mim.
Não como devias!

Reciprocidade é uma palavra
Que atualmente me tem
Posto a refletir;
É uma palavra, antes de tudo,
Ingrata, egoísta e orgulhosa.

O tempo encarregou-se
De fazer-me duro, morto;
Amigo.
Esse mesmo tempo encarregou-se
De ser-nos o maior dos vilões.
O tempo e as brigas
E os desencontros
E os tapas na cara
E as risadas entristecidas
E as mentiras; ah... as mentiras
Como sofro com essas!...

Não quero que penses com isso
Que não mais falarei contigo;
Quem vos fala aqui não sou Eu.
É o meu eu lírico
Que vem através desta
Mostrar-te, pelo menos,
Mais uma vez, o quanto
Me dói o que se passa entre nós
Desde que fostes embora;
E fiquei aqui a sofrer por ti
E fiquei aqui a velar
Um caixão vazio.

Pedi uma simples coisa:
Seja pelo menos a metade
Do amigo que sou para ti.

Não o fostes.
E eu estou cansado
Dessa falta de carinho,
Dessa vida sem verdades,
Desse sofrimento...
Dessa máscara torta
Que usas para disfarçar
O péssimo rosto que tens.

E se o exagero dessa poesia
Não fizer com que teus olhos
Abram,
Não imagino mais o que possa
Fazer;
Já te amei tanto...

Um comentário:

  1. A cada poema você mostra um pouco mais da seriedade que você tanto esconde, inconscientemente.
    *.* LINDE!

    Lucila(Peito)

    ResponderExcluir