quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Poesia (0.1)

(D) A Tragédia e (D) A Comédia

De um grito seco e amargo
Preso na garganta,
Fez-se um sorriso doce e amargurado;
Desse sorriso,
Fez-se uma rotina costumeira.
Dessa rotina,
Uma vida;
Dessa vida,
Fez-se um desejo;
Desse desejo obscuro e tolo,
Fez-se a morte
E uma morte causada por um grito entalado na garganta...

Então se eu soubesse
Se ao menos desconfiasse
Que um mero grito preso na garganta
Me custaria tanto...
Me custaria tudo...
Talvez eu não tivesse sorrido,
Talvez dos meus lábios jamais
Tivesse brotado aquela flor
Sem raízes,
Sem folhas,
Sem frutos;
Talvez, de fato, eu não tivesse sorriso.
E talvez, somente talvez
Não tivesse morrido.

SET/2009

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