quinta-feira, 16 de junho de 2011

Poesia (7.0)

A Última Cerca

Quantas vezes eu terei que morrer
Para que percebam o quão perdido eu estou?
Durante quantas poesias eu vou ter que sangrar
Para que possam me socorrer?
Quão invisível é minha dor
Aos olhos vis?

Será que o que eu temo é o novo
Ou a mera falta de segurança?

Minha cerca estava me rasgando de tempos em tempos.
Mas agora no campo aberto
Eu não sei o que faço.
Não sei para onde correr
Nessa planície que de tão madura enverdeceu.
Meus braços não conseguem nada
Por mais que se estiquem.
Por mais que eu corra
Eu não estou chegando a lugar nenhum.
E isso é bom.

Naturalmente, algum dia
Eu chegarei a algum lugar.
Mas será que eu ainda volto
Àquela cerca que por vezes,
Por muitas vezes,
Só me fez sangrar?
Será que arriscar ficar solto
Vai ter valido a pena?

É muita liberdade
Pra mim
Que sou pouco.

Quero encontrar uma cerca que me abrace
E não me rasgue a pele
E não me sangre as mãos
E que saiba o quanto eu importo.

E que essa seja a última.

Um comentário:

  1. Foi tu que escreveu não né? To Much Pain.
    Marta Henriques

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