terça-feira, 24 de julho de 2012

Poesia (12.8)

O Moinho Vermelho

A minha memória
Rasgada
Junto ao que restara
De Poesia
Em mim.

As músicas antigas
Tocando no rádio
Quebrado a marteladas
Que eu,
Por impulso,
Quebrei.
Ainda bem...

Talvez nosso aniversário
Sempre assombre
O que lhe restara
De paz.
Já que sempre comemorarás o novo
À sombra.

O amor dito pela manhã
Não é o mesmo amor
Que nego à noite.
Minhas mãos tremem
Com a profunda tristeza
Que eu mesmo busquei.
Tristeza essa que não tardará
A ir.

Que os filmes um dia nossos
Possam ser mais coloridos e rasos.
Que as músicas possam soar
Mais doces aos teus ouvidos surdos.
Que a vida agridoce que levas
Possa se tornar diabética.

E que o Moinho Vermelho,
Que um dia fora dito eterno,
Possa queimar na dor
Que não tarda a sair
Dos meus olhos
Que já não desejo verdes
Que já não desejo
Dois.


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