terça-feira, 10 de julho de 2012

Poesia (12.1)


Meu Silêncio

É meu para ser gritado.
Na garganta as palavras trancadas
De modo que eu fique sempre fadado
A não ter que falar mais nada.

Queria meu silêncio dizer
Saudade
Queria meu silêncio dizer
A verdade.

Silêncio nosso
Compartilhado
Silêncio deles
Engasgado.

Queria eu ter o mesmo discernimento
De poder correr em frente sem medo
Do que pode nos trazer esse movimento
De sair daqui sem querer deixar nada muito cedo.

Falar para você do amor que sinto
Amor meu e só meu
Amor que nesse silêncio minto
Amor que não sei se também é teu.

Falar calado eu já fiz muito.
Falar com os os marejados
E poder dizer olhando para você
Que o nosso amor era o meu mais almejado

E assim calado eu corro
Assim calado eu minto
Só você não sabe que eu morro
Por esconder o que sinto.

Machucados andamos
Procurando aqui e ali um momento
Em que felizes possamos
Reviver todo esse sentimento.

Mas já não posso andar
Desse modo não sei nem frear
Talvez eu tenha desaprendido
Desaprendido a me amar.

As juras no silêncio foram muitas
As juras de amor eram mudas.
Mas tão altas as mesmas
Sem querer nos deixaram surdos.

Mudos e surdos seguimos
Nos vendo em segredo nos sonhos
Chorando sem saber que conseguimos
Viver a mais do que somos.

E por mais amor que tenha havido
Não vejo em meus sonhos você sozinho
Um cor morena dele toma conta
E acordo eu chorando baixinho.

Que sejamos felizes caso possamos
Te desejar o mal seria meu maior engano
Respeito a vida que fostes ganhando
Respeito o amor que durou mais de ano.

Então em silêncio volto a deitar
A cabeça no travesseiro começa a pesar
Como era leve a noite de outrora
Quando sua cabeça deitada em mim era o agora.

Não me adianta falar mais nada
Sua vida se segue
E a minha é levada.
Só queria eu poder ser o branco
A brilhar contigo no escuro
Só queria eu poder ser o amor
Que nos levaria a um futuro.

De que adianta dizer isso tudo
Melhor fico eu quieto
Melhor fico eu mudo
Sem saber o que fazer direito
Melhor fico eu calado
Talvez assim sem defeito.
E aceito meu silêncio agora
E velo o amor de outrora
Esperando que pelo menos a morte 
Não me leve embora.

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