quinta-feira, 5 de julho de 2012

Poesia (11.9)


A Orla

Seu mar quebra
Em ondas débeis
Seu mar, minha queda,
Minhas palavras instáveis.

Em sua orla tem outro
Na mesma orla vazia.
Em sua orla tem um muro
Não mais tem minha companhia.

Foram muitos por você
Alguns por mim
E ainda penso o que fazer
Para não cair aqui.

Na sua orla tem um morto
Com olhos verdes abertos.
Na sua orla tem um corpo
Que assalta seus sonhos fartos.

Nessa mesma orla
Tem uma orla
Ando não mais
Por ela.

Não me peça agora
Para dar meia
A minha inteira volta
Segui em frente faz tempo
Hoje sou eu quem o solta.

E deixe em paz minha memória
Peço ao menos um pouco de respeito
Por mim, por você
Pelo que um dia sentimos no peito.

E deixe em paz minha memória
Que minha casa você deixou um lixo
Deixa em paz a nossa história
Antes que sua orla saiba disso.

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