quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Poesia (25.1)

O Ombro

A melhor parte de mim
Sou eu.
A única talvez.

Conto-me histórias,
Nino meus sonos,
Hidratos meus sonhos.

A única parte de mim
Sou eu.
Do óbvio ao pitoresco.
Do que calo aos berros animalescos.

A pior parte de mim
Está aqui comigo.
Por dentro das gavetas,
Ao longo do corredor,
Na pontinha da minha língua como a tabuada de dois.
A pior parte de mim escapa dos dentes
E jorra regozijando culpa.

A melhor parte do meu eu
Está por aqui também.

Temo que não saiba onde.

E há de estar no presente
Já que não se fará necessária
No futuro;
Eu agora careço
De mim mesmo,
Mas não por muito.

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