segunda-feira, 28 de maio de 2012

Poesia (10.4)


Costa

Deitado de bruços
Na água salgada;
À deriva.
De olhos abertos.
Assustados,
Salgados.

Velejo solto;
Com meu olhos esbugalhados,
Riscados pelo sal e areia.
Mas velejo livre.

Vejo ilhas,
Pessoas
Todos submersos.

Vejo o mar,
Assistindo eu ir
Enquanto esse mesmo
Me carrega para longe.

Vejo o amor chegando;
Novo.

Meu corpo para
Ao ser jogado contra as pedras.
Saio da água
Com meus olhos maduros
Não mais verdes.

Saio da água de uma vez.
Abraço a areia,
Já que na mesma
Eu vou ficar;
Fincar meus pés
Enquanto caminho
Para longe.

Ainda bem que havia
Areia para me afagar.

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