segunda-feira, 21 de maio de 2012

Poesia (10.2)


A Mim

Nossa felicidade poderia ter sido
Nossa.
Minha e sua.
E poderia ter durado,
Ficado conosco mais alguns anos.
Mas escolhas foram feitas.
E pessoas foram entrando
Na nossa casa.
E quem abrira a porta fora você.

Você não está completo
É o que vejo.
Está torcendo pela minha felicidade.
Você é só mais um
Que o faz;
Que torce por mim.

Entre tantos abraços que recebo
De força,
De coragem,
De amor mesmo;
Falta o seu.
Que nunca mais será meu.

A sua presença na minha vida
Se tornara um vulto
Na multidão.
Aquele rosto que eu sempre procuro
Mas nunca quero encontrar de fato.
Aquele medo e saudade.
Nem meus sonhos têm me ajudado.
E nem quando estávamos juntos
Eles eram tão frenquentes.

Lembro de você calçando sua meia;
Limpo meu pé hoje
Como você o fazia.
Lembro das noites em claro que passei
Ajudando você
Com seus trabalhos.
Lembro das noites em claro que passei
Fazendo os meus, sozinho.
Lembro de tanta coisa;
E essas coisas me lembram você.
Que por sua vez, é o que eu mais queria esquecer.

Continuo andando.
Meio sóbrio
Meio ébrio.
Durante esse tempo em que não nos vemos.
Durante essas poucas semanas
Em que não tenho escutado sua voz.
A vida está mais fácil.
Não, não está.
Mas a clareza
De que não há mais volta,
De que não há como refazer tudo,
E não há sequer vontade de mudança
Ou tentativa da sua parte,
Me grita aos ouvidos que eu tenho que ser feliz.

E eu estou sendo.
E eu vou continuar sendo.
Mesmo que eu ainda espere uma ligação sua;
Uma mensagem sequer,
Ou até um e-mail dizendo o que eu quero tanto ouvir;
E que talvez ainda haja algo a ser feito por nós
E que as coisas possam ficar bem, quem sabe.
Mesmo que a esperança em mim não tenha morrido.
Mesmo que uma lágrima ou outra ainda caia
De vez em quando.
Eu vou ser feliz.
Mesmo que eu saiba
Que a minha vida mudara.
Eu vou ser feliz.
Eu me devo isso.
Eu me devo a felicidade. 

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