Que Seja
Que me agarrasse pelo
braço,
Que saíssemos aos
berros
Sendo altos
E no prazer das
alturas
Encontrássemos um ao
outro.
Que soubesse do açúcar
que gosto
No chá,
Das colheres de amor
Que correm nas veias.
Que trouxesse areia
Aos meus pés
E que praias lindas
visitássemos.
Que beijasse minha mão
Na fila da padaria
E minha bochecha
avermelhasse toda
Querendo retribuir;
E que retribuísse.
Que abraçasse minha
dor
E essas malas pesadas
Amarradas aos meus cadarços
E soltasse tudo pela
janela
Do primeiro andar
Olhando para baixo
Não querendo machucar
ninguém.
Que mastigasse minhas
orelhas
Na madrugada tenra
Com os mais belos
poemas
Derretendo meus olhos
E avermelhando minha
barba.
Que me amasse como eu amo.
Já bastava.
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