terça-feira, 7 de abril de 2015

Poesia (22.4)

Que Seja

Que me agarrasse pelo braço,
Que saíssemos aos berros
Sendo altos
E no prazer das alturas
Encontrássemos um ao outro.

Que soubesse do açúcar que gosto
No chá,
Das colheres de amor
Que correm nas veias.

Que trouxesse areia
Aos meus pés
E que praias lindas visitássemos.

Que beijasse minha mão
Na fila da padaria
E minha bochecha avermelhasse toda
Querendo retribuir;
E que retribuísse.

Que abraçasse minha dor
E essas malas pesadas
Amarradas aos meus cadarços
E soltasse tudo pela janela
Do primeiro andar
Olhando para baixo
Não querendo machucar ninguém.

Que mastigasse minhas orelhas
Na madrugada tenra
Com os mais belos poemas
Derretendo meus olhos
E avermelhando minha barba.

Que me amasse como eu amo.
Já bastava.

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