terça-feira, 7 de abril de 2015

Poesia (22.3)

Ei

Nego,
E esse carinho todo,
Faz o que com a gente?
E essa mordida
Nos sinais da minha pele,
Faço o que elas?
E com as marcas, nego?
E com as marcas
No meu corpo
Que você deixou nesse tempo todo;
Elas saem, nego?
Saem?
Tu acha que vão assim,
Do nada,
Embora?
Fala pra mim, nego.
Me diz que vai ficar tudo bem,
Que meu peito vai fechar,
Que teu corpo vai tá aqui comigo
De novo e de novo
Nessa saudade torta
Que faz da gente um só.

Ah, neguinho,
Até quando vai ficar aqui
Esse calor todo?
Até quando, nego?
Até quando vai ser sexta-feira no meu peito?

Vem, dengo, vem.
Me faz feliz,
Brinca com minha orelha,
Beija meu ombro,
Cheira meu cangote,
Sem querer
Deixa cair a roupa,
Faz o que de mais pagão
A gente tem pra oferecer.

Depois vai, nego, vai.
Some da minha vida
Deixando rastro pelos seis cantos
Da minha casa.
E deixa essa saudade aqui
Porque sem ela eu fico só.

Nenhum comentário:

Postar um comentário