quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Poesia (8.4)

Espuma

Saí do mar,
Caminhei pela areia.
Cortei meus pés em rochedos,
Sangraram de dor meus olhos.

Conheci novos mundos.
Vi espelhos
Que me viram
Assustados, curiosos.

Fitei a vida que eu almejara
Há tanto.
Almejei por fim fitar a água
Salgada mais uma vez.

Quero voltar;
Cortado, calado, sem ar.
Pisar nesse mar e deixá-lo
Ser em mim;
Curar minhas pernas cansadas.

Vai arder.

Mas serei capaz de respirar
Por fim.

Quero voltar,
Voltar ao mar.

Mas se eu o fizer
Talvez espuma
Tenha sido o que me sobrou dele.
Talvez seja espuma
O que eu me torne
Ao tocá-lo de volta...

Talvez espuma seja o que eu queira me tornar...

Nenhum comentário:

Postar um comentário