sexta-feira, 27 de março de 2015

Poesia (22.1)

Biológico

As feridas fecham
Em tempo dos curativos irem-se.

Não espere borbulhar a água
Sob o constante atino
Do olho vão.

Há de fechar em seu tempo
A dor de ontem.

Meu bem, escutes:
São ondas que chegam.
Da maresia se fazem conchas novas.
Carregando pérolas,
Endividando senhoras,
Apaixonando moças.

As feridas fecham
Ao tempo que meu coração se lava
Num processo biológico
No qual se espalha
E se recolhe.

Se espalhe
Deixe o mar sangrado levar-te.
Lavar-te.
As feridas fecham.

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