Caminhada
Momentos
seguem
Se desenrolando
Numa flácida
estagnação
De uma vida
Que já
acabou.
Fazendo de
mim
Mais um
caminhante
Na terra
fria
De museus
Que abrilhantam
obras
Que pintei
só.
As molduras
nunca estiveram
Tão roídas,
Mas ainda
assim,
A despeito
de todo
O estrago
que fizeram
Esses vândalos,
Os quadros
não se movem.
Meus passos
Parecem ser
dados
Para trás.
Volto
Ébrio
Àquelas telas
Que pintei à
sangue
Os rubros
E à lágrimas
Os verdes.
Telas essas
que quero destruir
E deixar para
trás
Junto com
essa vida
Abandonada
Que deixaram
pra trás.
Falto eu
sair daqui.
E às vezes
É preciso dar
um passo para trás
Para poder
enfim
Correr.
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