segunda-feira, 25 de junho de 2012

Poesia (11.5)


Caminhada

Momentos seguem
Se desenrolando
Numa flácida estagnação
De uma vida
Que já acabou.

Fazendo de mim
Mais um caminhante
Na terra fria
De museus
Que abrilhantam obras
Que pintei só.

As molduras nunca estiveram
Tão roídas,
Mas ainda assim,
A despeito de todo
O estrago que fizeram
Esses vândalos,
Os quadros não se movem.

Meus passos
Parecem ser dados
Para trás.
Volto
Ébrio
Àquelas telas
Que pintei à sangue
Os rubros
E à lágrimas
Os verdes.

Telas essas que quero destruir
E deixar para trás
Junto com essa vida
Abandonada
Que deixaram pra trás.

Falto eu sair daqui.

E às vezes
É preciso dar um passo para trás
Para poder enfim
Correr.

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