quarta-feira, 13 de junho de 2012

Poesia (11.1)


De Uva

Esse exagero.
Meu.
Sempre meu.
Extremo.
Extremo ou nada.
Sendo o nada
Também um extremo.

Essa previsibilidade.
De cada objeto.
De cada gesto.
De cada pessoa.
De cada sentimento.

Esse eterno saber
Desse eterno marasmo.
E o tédio.
Ah, o tédio.
Pessoas tediosas.
Palavras tão tediosas
Quantos suas bocas.
Abraços tão soltos
Quanto meu cadarço mal amarrado.

E o nostálgico
Sou eu.
Pelo sentir.
Pelo sentir falta.
Pelo sentir falta
De surpresas.
Surpresas quaisquer.
As boas preferencialmente.

Balanço demente
E inerte
Vagando só.

E o nostálgico
Sou eu.
Pelo sentir.
Pelo sentir algo.
Pelo sentir sempre.
Pelo sentir sempre
Essa ausência
De surpresas.

No marasmo
Andando vago.
Esperando algo.
Esperando de pé.
Sentado.
Deitado.
Esperando o esperado.
O óbvio.

Nada mais
Chega a mim
Como surpresa.

E ainda ouço por aí
Da minha nostalgia.

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