domingo, 14 de abril de 2019

Poesia (29.6)

as dúvidas que assombram também dão contraste ao caminhar

quantas mais perguntas
atropelam a linha da vida
que não há de ser vivida.

bate artística
moderada
e
inquietantemente
a música.

aprendo a reaprender, então.

os seguimentos dos sentimentos
ainda embaçados
transformam-se na simplicidade
de um sotaque,
de um orvalho,
de um tropeço no acaso;
e em breve
surpreendido há de ser o coração
junto com a completude do ser
(já que não só de coração é feito o poeta que me torno
ao passo que entorno
um copo de mim).

que grandiosa é a tolice
de me questionar
sobre minha honestidade
para com -
ninguém mais
ninguém menos -
que eu mesmo.

há tanto por vir;
há tanto quão tanto
pelas esquinas não viradas ainda,
que imensa é a cidade que construo
ao longo do caminho.
o sentimento de êxtase
pinga pelo meu queixo agora
como quem chupa fruta-suco.
e não há de haver dúvida sobre a fome
da sede
que sinto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário