quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Poesia (20.9)

Reaching My Guts

He stood up
So I could be helped;
Younger in life,
Sharp minded,
Hilarious
Summer boyish.

A chair
He moved
In order to reach
The missing piece
Of loose fabric.

The fear of falling
Came crossing
Both our minds.

Instinct.

Life made me an animal
After a while.

My left arm tenderly
Pressed
Against his belly,
Holding him
From a messy
Disastrous
Fall.

His breath.

Breathing rapidly
Into my face
Surrounded by
Frightening doubts,
Green lighting,
Eyes crossing fast,
Forced laughter…

And a body
Made of sin,
A mind made of depth,
And eyes that, even though
Met mine
Fewer times
Than I expected,
Expressed to me
What my mind

Had sinned a long way back.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Poesia (20.8)

O Leão no Amanhecer

No teu peito largo
Deitar meu cansaço,
Nos teus braços longos
Enterrar minhas lágrimas,
Nos teus pés firmes

Apoiar minhas dúvidas.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Poesia (20.7)

Shore

To start anew,
To rest my restless and only
Heart;
Wasted old friend
Who shouts her deception
Against my attentive mind.

My heart,
Who by herself,
Held my reckless shoulders,
Stubborn pieces of bone
That insisted on carrying
The weight of my sand castle.

To find shore,
To wash my face with shinny sand,
To wet my lips with salty water,
And to find home
By leaving this cold womb;
Never felt home here.
Never will.

That bosom was never mine
To rest onto.

To fight over my green immature blood
Over my space.

To rest.

To lay back.

To breathe the fresh air
That was cried for me
By someone else’s lungs.

To feed my soul
From the fishery
Of the tenderness of a complete stranger
That shall guard
My feminine
And lonesome
Heart.

To find shore.
To find shore in me.
To find shore within my bare hands.
To find shore regardless of myself.
To find shore on my closed eyed resemblance of my womb.

To disappear into myself for once
And not feel guilty about
My own pain.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Poesia (20.6)

Amigos Surdos

Nunca pensei
Que fosse calar,
Que fosse chegar o dia
Em que de minha boca
Sairia apenas
O sorriso contrário.

O dia em que eu cansaria
De ouvir minha voz,
Dantes tão doce,
Outrora tão desejada,
Hoje tão ríspida.

Minhas mãos trêmulas
Encontram copos de café
Perdidos pelo quarto
Com uma água suja encardida
Que um dia me deixara acordado.

Hoje sento inquieto
Naquele pesadelo
Que temos como transporte público
E continuo minha jornada.

Revoltado com uns,
Brigado com outros,
Amado por muitos,
Quero calar-me apenas;
Apenas.

Ficar quieto num canto
Onde possa ouvir minha respiração ofegante,
Onde eu possa ouvir minhas mãos batendo na parede,
Onde eu possa ver cores que não via antes,
Onde eu possa chorar tão alto mais tão alto
Que ninguém saberia de onde está vindo meu choro
E achariam que é uma briga na rua
Ou fogos de artifício em um bairro distante;
Um lugar onde eu possa sozinho
Ter todas as companhias do mundo,
Ser abraçado por mães que já tive,
Receber carinhos de avós que não conheci.

Nunca pensei que um dia
Eu fosse desejar coisas tão imaturas,
Pequenas coisas que eu hoje
Queria como água,
Como quem bebe as gotas
Que saem do chão amarelado,
Com o desespero dos que passam fome,
Fazendo alusões infantis a coisas que nunca senti
Ou pelas quais nunca passei.

Hoje;
Só hoje.

Eu queria poder calar.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Poesias (20.5)

Intemperismo

Que falta que trago.
Que vazio ficou.

Queria ter me preparado melhor pra isso
Queria que tua força tivesse sido me dada
Mais cedo.

Sinto tanta saudade.
Nunca te contei.
As pessoas ao redor escutam meus gritos
Contidos
Velados
De um desespero que carrego nos olhos.

Vejo minha infância em filmes
Em livros
E lembro...
Como te agradecer?
Não queres me ouvir, talvez.
Tens uma família,
Família da qual não faço mais parte,
Fui exilado de ti.

Sinto que sou hoje menor
Sem o teu carinho,
(Que nunca físico,
Mas sempre presente)
Acalmava e educava
Minhas íntimas vontades desviadas.

Tu sempre disseste meu nome no aumentativo,
Sempre fui dito grande por outrem também,
Mas na tua boca meu nome
Era sinônimo de que
Minhas contradições,
Fizessem sentido,
Eu podia ser pequeno de novo.

Ler o livro sobre aquele pássaro
Que rasguei e fiz voar,
Quantas comédias românticas
Que me ensinaram a melhor ouvir e falar,
As tarefas de casa,
Feitas por vezes de má vontade
Mas, ainda assim, cheias de novidade.
Aqueles pães que comprávamos
Numa padaria/locadora
Que eram tão miudinhos
Mas de sabor imenso.
Lembro o cheiro daquele lugar,
O meu insistente aluguel de fitas
Sobre coisas que não pareciam te interessar
Mas que entendias,
Eu era criança,
Tinha que me aventurar.

Desaprendi o choro segurar,
Desvio hoje de ti meu olhar,
Queria ter podido ainda te abraçar;
Não, seria muito,
Não peço tanto,
Queria poder sentar à mesa contigo
E sobre os novos filmes no cinema
Papear.
E perguntar do teu no trabalho,
E te ajudar com o que eu puder.

Não quero de volta os momentos mais doces,
Dê-me os amargos,
Com esses eu posso me confortar,
Dê-me as broncas de volta,
As horas de estudo nos fins de semana,
A escolha sobre chocolates igualmente saborosos.
Já bastaria ter-te só por esses momentos de novo.

Sinto falta das conversas,
Do conhecimento,
De te cozinhar o pouco que sabia,
Do amor que tínhamos.

Meu peito se rasga
Em saudade e pânico
Quando lembro aquele esperto cão
Que tínhamos,
E que juntos fizemos cuidar;
Com bolas,
Ossos,
Remédio,
E muito companheirismo
Aprendemos a amar.

Ah...
Como queria ter um pedaço
Daqueles dias
Que lembro em cores
De volta
A essa dessaturada realidade
Que estamos a vivenciar.

Vou sentir tua falta
Enquanto em mim houver memória,
Enquanto em minhas costas essa vontade de te ver

Não descansar.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Poesia (20.4)



O Mágico

Estava frio,
Minha pupila dilatada
Via outro mundo.
Sem tantas cores;
Tão sujo.

A sujeira espalhada no chão,
Nas pessoas perdidas
Clinicamente mortas.

Então a cor.

Veio de trás da minha orelha,
Borrou o mundo colorido
Agora expressionista,
E soluços vieram;
E meu tenro amor
Esquentou-se com o fogo
Que uma única rosa
Poderia causar.

Há de murchar,
Mas não há de morrer.

Guardada num livro há de ficar
Enquanto meu sangue rosa
Em minhas veias
Correr.

sábado, 29 de março de 2014

Poesia (20.3)



Gavetas

Angústia guardada de um amor
Vivido.
Incerto futuro
E arrependido passado;
Minha história contada,
Meus contos revirados,
Minha fala cansada,
Meus olhos lavados.

Do que manda ou desmanda,
Daquilo que deveria ser
Mas acabou não sendo,
Daqui que foi
Mesmo sem ter muito tempo.

Minhas mãos trêmulas.

Do lado de cá do peito
Uma gaveta apertada
Que guarda quieto e sem jeito
Uma vida desregrada.

Mas não só de lembranças sou feito
E talvez vá-se indo melhor
Toda essa história
Mal contada
Melhor que guardar na gaveta
Essa eterna culpa
Velada.

terça-feira, 25 de março de 2014

Poesia (20.2)



Cardiac Arrest

My heart has been beating to
A different set of drums lately.
Inexplicable as it may sound
No idea comes to mind
When deep thinking is put
Through my useless conscience.

Little do I know
On heart issues
(Or specificities
Should I better name
Them)
And less even do I wonder
About each hug given
On stage.
Each of those two hugs
That so distant seamed
But so warm made my heart.
Love is not what moves me,
Dare I to know what is then.

Just sure of my heart
I am
And how brave it remains
Even being stuck
In such a small cage
That is my chest
Just of my heart I am sure
And just of his pain
For being told what to do
And whose oxygen should he drain.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Poesia (20.1)



Brightest Star

Through my caged window
I can still see
Your glow.
It comes alone
And at my face
It spreads.

Showing me
The paths we must walk
Altogether
You,
My little star,
Has pulled me up
And lighten me
With your kind
And tender love.

I stood still
For you not to go
But the day has come
At last
And see you
I could not any longer.

At the time
Little did I know
That my brightest star
Could shine
Within my soul
And be so bright
But so bright
That only by my door
It would hold;
As with all my heart,
Our love,
Our path,
And our goals.