sábado, 9 de fevereiro de 2013

Poesia (17.5)


Carnaval

Brincaram com a minha alegria.
Deixaram-na num canto
Das ladeiras de Olinda
Onde bêbados tropeçaram nela,
Onde multidões pisotearam-na
E derramaram cerveja
Propositalmente.

Poucas pessoas mortas
Puderam ver a minha morte
No Marco Zero
Enquanto foliões
Sangravam-me sem perceber
Enquanto o amor que havia
Por mim
Estava indo para outrem.

Um brinde ébrio
Aos tropeços
E pisões
E empurradas ladeira a baixo
Desse Carnaval Multicultural.

Um brinde sóbrio
Ao meu Coração
Que não mais aguenta
Cultura alguma.

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