segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Poesia (17.8)


Devastado

Sem saber onde pisar
Ou até mesmo se devo caminhar
A longa estrada
Que sigo vendo
Tão longe.

Descompensado

Com a cabeça bamba
Presa ao meu pescoço
Por um fio de esperança
Que jaz em mim
Como ser vivo.

Deslocado

Sendo estranho
Onde já fui rei;
Perdido numa casa
Que comprei
A sangue.

Desconsiderado

Por ainda amar.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Poesia (17.7)


Vem

Ainda arrumo tua cama.
Deito minha cabeça
Na tua almofadinha.
Te tenho por alguns segundos
Nos sonhos.
Acordo querendo colo.

Arruma tuas lembranças,
Vem dormir comigo;
Sem nenhum tipo de sexo
Fazermos.
Vem dormir comigo,
Deitar do meu lado
E deixar descansar.
Descansar só
Para que eu não me canse
Só.

Faço o jantar.
A pizza no ponto.
Ponho a mesa no sofá,
Na sala vemos algum seriado
Que nos acalmará.
Comemos e rimos muito.
Não era sonho.

Te dou um beijo na testa
Antes de ires embora.
Outro beijo em teus olhos.
Te levo até o ônibus que nos separa.
Aceno com a cabeça teu partir
Com o meu coração.

Arruma aquele pijaminha.
Vem dormir comigo,
Arruma por uma noite minha vida.

Arruma tuas coisinhas.
Vem dormir comigo...

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Poesia (17.6)


One Thousand Needles

That small humble heart
That is being broken over and over
Is mine.

Those lost tears
That were dropped
So long ago
Are still wet
In my cheeks.

The unspeakable sounds
That were shouted
In my head
Are still stuck inside
My throat.

What my heart still holds
It’s not love.
It has never been fully love,
If I may lay it that way.

Held up in a previous life,
Hung by a thin little finger
Is the promise of a new life.
And my hope gets terrified
As the needles come
Closer and closer.
  

Poesia (17.5)


Carnaval

Brincaram com a minha alegria.
Deixaram-na num canto
Das ladeiras de Olinda
Onde bêbados tropeçaram nela,
Onde multidões pisotearam-na
E derramaram cerveja
Propositalmente.

Poucas pessoas mortas
Puderam ver a minha morte
No Marco Zero
Enquanto foliões
Sangravam-me sem perceber
Enquanto o amor que havia
Por mim
Estava indo para outrem.

Um brinde ébrio
Aos tropeços
E pisões
E empurradas ladeira a baixo
Desse Carnaval Multicultural.

Um brinde sóbrio
Ao meu Coração
Que não mais aguenta
Cultura alguma.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Poesia (17.4)


O Primeiro Sonho

Num sonho mais cedo
Comecei a ter-te presente
Já que tão longe estamos.

Havia água por toda parte;
Um sol intenso
Que incomodava meus olhos frágeis.
Sua mão passava meu ombro
Como quem resguarda
Meu corpo.

Sentia o rufar do seu coração
Às minhas costas;
Eu descansava meu pesar
Em suas forças.

Estranhos chegavam e partiam;
Nosso descanso é atrapalhado.
Levanto-me urgente,
Agarrado por mim pelo braço
Você corre ao meu lado;
Estamos tímidos.

Nesse final,
Eu alteraria o que você pedira,
Deixaria rubras nossas bochechas
Levaria meus lábios aos teus
E chocaria aqueles que retém algum pudor
Do que pode um dia se tornar
Algo muito maior.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Poesia (17.3)


Laçado

O olhar cruzado
Que liga seu humor ao meu,
Que faz meu calor tão seu,
Do seu tocar meu braço
Ao meu corpo
Um passo,
Nos meus sonhos
Há tanto espaço.

Seus beijos únicos
Que enquanto sugerem
Dizem muito
E quando dizem
Brado ser único
O que temos.

Sorriso malvado
Que me leva onde quer
Contando a quem quiser
Uma história mágica.
E quando seus braços
Entrelaçam meu pescoço
Não vejo mais nada
Só os rasgões do céu
E no seu sorriso, repouso.

Laçado a você
Eu sigo,
Sem mirar outra vida
Eu digo,
Sendo um só num abraço
Eu consigo,
Querendo te ter
Eu vivo,
Vivendo um só laço
Eu vibro.