domingo, 23 de setembro de 2012

Poesia (15.7)


O Perdão Reconhecido

Meu coração se aperta
Pelas memórias erradas
Que deixei acontecer.
Memórias sujas que fazem de mim
Alguém que fez demais
Por uma vida que estava morta
Desde o começo.

Meu perdão
É o que eu  mais me peço.
Perdão esse
Que me falta
À noite
Quando busco descanso.

Queria ter me afastado
De toda essa trajetória
Imunda
Que eu fui fraco
Ao atravessar.
Fazer parte desse jogo
Onde só quem sai ganhando
É quem tem a capacidade
De não ter escrúpulos.

Deitar-me com esse passado
Nas costas
É doloroso.
Essa dor grosseira
E pesada
Se faz presente
Quando lembro que fui coadjuvante
De erros cometidos
Contra uma pessoa
Que nunca fez ou quis
Meu mal.

Venho através desta
Redimir-me desse sentimento
Encardido
E passar a pedir perdão
Aquele alguém
Que feri sem intensão
E recorrer a mim mesmo
Para que ainda haja amor
Quando não parecer haver mais
Esperança.

A orla desse mar
Não sabe onde
O mesmo já quebrou suas ondas.
Não há de saber diante de mim.

Espero que essa dor do conhecimento
Nunca corte a sua areia.
Espero que viva-se bem
Da melhor maneira. 

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