A Prataria
Dependurada Na Leveza Do Esquecimento
Acordar
Acordar
Sem lembrar
das manhãs
Em que fui acordado.
Em que fui acordado.
Calçar meus
sapatos
E não saber
que você
Está ali
Limpando os
seus pés
Com a meia.
Ouvir tal
música
E deixar
para lá
Todo o
sentimento
Que um dia
fora tão vivo
Ao som de
cada nota.
O lado bom
de esquecer
É saber que
você nunca
Vai esquecer
tudo.
Mas as
coisas vão descansando
Uma a uma
Numa estante
velha
Que com o
Tempo
Você nem
mais terá acesso
Pelo tanto
de coisas novas
Que você
ganhou
Para pendurar
nas paredes.
Tenho tanta
coisa nova
Para
vislumbrar nas minhas estantes.
Não posso
ficar
Alimentando
a dor fina
De ver essas
memórias,
Que você
fizera questão
De amassar,
Dia após
dia.
Deixarei a
poeira do Tempo
Fazer seu
árduo,
Porém
eficiente,
Trabalho.
E seguir
minha decoração
Com o passar
do Amor
Que ainda
tenho pelo ato
Simples de
respirar.
As velhas
estantes ficaram
Para trás.
Não misture
o que ganhou agora
Com a
sujeira de outrora.
Pense um
pouco
Menos em si,
E respeite
os seres humanos
Que não
sabem
Dos presente
que ganham
E acham que
as coisas
Estão
seguindo um caminho correto
Quando tudo
está
Inundado com
o sua falta de caráter
E a minha
infeliz covardia.
Darei uma
festa
Para
inaugurar
Minhas novas
estantes.
Recém
descobertas
Na sala da minha
memória.
Que sejam
belos
Os momentos
Que aqui
fiquem.
Que sejam
sinceros
Os amores
que por aqui passem.
E que seja
meu
Meu coração
tão
Desgastado
De tanta
prataria.
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