Clube dos
Idiotas
Só cabe à
minha poesia
Os meus
sentimentos.
Só nela
cabem tais palpitações
Do meu
coração enegrecido.
É a partir
dela
Que o meu
sono chega.
É com ela
que eu sou aquele que deveria ser.
Apenas a ela
devo as mais obscuras satisfações.
Deveria eu,
por minha vez,
Fundar logo
Um clube
para idiotas.
Um clube
composto somente por idiotas.
Idiotas de
alto nível?
Não.
Idiotas
idiotas.
Daqueles que
choram,
Berram.
Idiotas que
correm atrás.
Que querem e
acham que podem
Resolver os
seus e os problemas dos outros.
Nesse clube
colocaríamos em pauta
Nossas
intimidades,
Nossos
propósitos,
Nossas
idiotices conjuntas.
E seria em
nosso clube
Que leríamos
nossas bulas de rémedio
Para o
coração.
Cada um com
seu devido problema.
Cantariamos
as mais bregas
(E por que
não idiotas?)
Canções de
amor.
Encenaríamos
os mais belos Romeus
Encantados
idiotamente
Pelas mais
idotas Julietas.
Jogaríamos o
nosso pôquer
Apostando
quantias ínfimas,
Dinheiro
sujo conseguido com um trabalho idiota
Onde somos
obrigados a assinar um livro de ponto
Tão idota
quanto o nosso próprio trabalho.
Seria então
nesse mesmo clube
Que
chorariamos juntos
Lendo em tom
de epitáfio
Nossas
poesia derradeira.
Nesse clube
de idiotas
Seríamos
todos Poetas.
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