sexta-feira, 13 de abril de 2012

Poesia (9.4)

Fantasma

O seu sorriso ébrio à meia sombra
Fazendo do resto de mim de resto.
Forçando o meu ódio.
A sua banalização desse corpo
Que era meu...
Que nunca fora meu.

O rasgo deixado no meu peito
Invisível.
Ando aos retalhos
Cobrindo buracos com gargalhadas de outros.

O seu olhar que eu tanto desprezo.
Como se eu nunca tivesse existido
E eu era tanto...
Mas eu sei que nunca fui nada.
Que era fui só mais um.
E hoje quem não passa de nenhum é você.

Eu fechei a porta daquela casa há muito.
E ordenei que a mesma fosse derrubada.
Mas você não estava lá para ver os escombros
E eu estou varrendo pedaço por pedaço
Do que um dia foi nosso...
Não.
Do que um dia foi meu.

Morei só durante vinte e nove longos meses
Nos quais fui feliz sozinho
E agora, desarrumo tudo sozinho também.
Como se você nunca tivesse existido...
E você nunca existiu.
E você nunca vai existir.

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