segunda-feira, 21 de março de 2011

Poesia (5.9)

Palha Fina

É aqui que se encontra
A felicidade.
Bem nascida.
Mulher adulta já.
Experiente.
Quase que uma anciã.

E do meu outro lado
A decepção.
Carrancuda.
Curvada, cheia de cicatrizes de batalha.
Quase uma mendiga.
Jogada ao meio fio
Pedindo aquilo que não podem lhe dar.

E agarrado às duas
Eu me deito em meu colchão de palha fina
E descanso minha cabeça
Em meu travesseiro de barro.
E agarrado às duas
Eu sonho com um mundo melhor
Onde hei de viver um dia,
Onde hei de achar uma conciliação.
Onde hei de atingir uma paz inatingível.

Acordo, porém, com minha coluna torta
Quase se partindo.
Querendo descanso.
Querendo não ter acordado.
Querendo manter meu sonho
De calma e paz
Pra toda a eternidade.
E assim me levanto
Com o peso da vida nas costas;
E me arrasto aos meus afazeres
Tentando não cair mais.

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