domingo, 9 de setembro de 2018

Poesia (28.9)

a liberdade de dizer que te amo vem do amor que sinto

o pensamento trêmulo.
o olhar vagueando.
as palavras balbuciando-se.

a coragem então
alarda a boca,
deságua da mente
e a linguagem se extingue
não podendo conter
o sentimento
tão quisto.

desabrocho aos ouvidos
do amado
a verdade.

vagarosamente
ao pôr a mesa dos teus ouvidos
o já prenunciado
(por mim, mordido;
por ti, envergonhado)
amor,
arrisco-me trôpego
percorrer a estrada de barro
mal iluminada:
temeroso mas confiante
já que tua mão é cão-guia.

ao dizer que te amo
deponho contra mim,
e favoreço-nos:
relevo a culpa e o medo
ao passo que,
de braços esgaçados,
deitado sobre
(o já tão afagado)
peito teu
entoo canções.

eu te amo.
de forma libertadora
e consciente.

maneira minha
de ser eu.
maneira única
de estar contigo.

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