plural meu
chamo de amor
as mãos dadas,
o carinho nessas mãos dadas,
o caminho que percorrem essas mãos.
os fios de energia
no transbordar dessas mãos
ao longo dos corpos.
e, vá lá,
que não seja amor ainda mesmo,
que não seja o convencional,
ou mesmo,
que seja só uma paixonite
no nosso inverno às avessas;
não há encaixotamentos
dicionáricos
para o que sinto,
(pouco houve),
se muito
há estranhamentos que vão de encontro
às convenções.
cada amor é um novo amor.
existe uma singularidade
no que sinto.
dito isto,
sobreponho os achismos todos
e rogo pela compreensão lúcida
de que não há aqui
um texto argumentativo,
apenas um debulhar de feijões
por sobre a página,
de forma que teço o emaranhado
de ideias que tenho
como quem faz no pilão
um café ao amado.
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