terça-feira, 17 de julho de 2018

Poesia (28.5)

a poesia derrama

como leite fervido
que molha o fogão.

escuto palavras de afeto
e bum!
lá está o elogio ouvido
alquimizado.


cochilo vespertino, pelos e grandalhices simbióticas

há beleza na beleza.
há mais beleza ainda
no carinho.

mãos dadas
mostram-se armas
políticas.
veemências conectoras
das mentes que se alinham
ao passo que se permitem
o desdobrar.

a gentileza no olhar
percorre todo o Corpo
como banho de gato,
lambendo a superfície
grandiosa.

as palavras
repetidas
surpreendem.
afagos feitos
dos lábios aos ouvidos
e, oras, às almas também.

todavia o sol vai
deflorando o relaxamento
que outra noite fora
gozado
sonora e enfaticamente
a todos os ventos que passaram;
à luz das conversas,
aos encantos dos beijos
(que aqui
beijam mais a história
que nos trouxe
do que propriamente
as bocas).

do café às saudades
quero mais de mim contigo.
e agradeço
o elogio que fez
ao equiparar
um soberbo cochilo vespertino
ao nosso encontro.

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