quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Poesia (27.1)

Acabou de Acabar

Sem as tuas mãos
Meus olhos fechados
Pela madrugada
Não abrem.

Faz falta o carinho.
Estranho o amanhecer.
Numa saudade sem fim
Eu desconheço meu próprio toque;
Minha pele está assustada.

Como faz falta o amor.

O coração não esquenta nas surpresas,
Nos meteoros desaforados,
Muito menos nos trovões e relâmpagos de necessidade.

Não.

O amor esquenta todo dia
Cedinho
Com as mensagens de bom dia.
Fumaça o amor
Quando tua voz ecoa nos meus ouvidos
Com os diminutivos enormes.
Ferve com o cotidiano de mensagens no espelho embaçado
E comida chinesa.

Alguns sonhos nunca dormem.
Vício meu era tua pele,
Tuas mãos,
Teu beijo longo.
Meu pescoço tem memória de elefante:
Não esquece os arrepios que tu causavas.
Minha barriga está marcada com teus dentes ainda.
Meus olhos ainda lembram do teu sorriso.
Minha boca ainda tem gosto do beijo na piscina.

Acabei eu,
Acabaste tu;
Acabou, não foi?
Quem diria;
Todo dia acabo.
Acabou de acabar de novo.

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