quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Poesia (23.4)

Sal

Em dado momento
Percebo o dia que nasce.

Solto os travesseiros,
Bocejos,
Esticam-se os membros,
Uma lágrima ébria desce;
Descompasso claro.

Abro na janela uma fresta,
Sento-me com ombros curvados;
Bocejos.
Outra lágrima titubeia
Minhas bochechas
Fazendo graça.

Não vejo você.

Deito, logo.
Fecho a fresta da janela,
Encolhem-se os membros,
Acolho-me em meio a travesseiros,
Deixo o dia nascido para trás.

Escondo meu rosto entre as mãos,
Coagula o sal em minhas bochechas;

Vejo você nos sonhos
Onde as ondas do Mar
Lambem meu rosto por fim.

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