segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Poesia (23.2)

Oscitação das Borboletas

Perdem-se
Na mansidão de minhas orelhas.
O sono que vem
Desdobra-me.

Sinto pele,
Chão,
E frio principalmente.
Desfrutam das horas
Emudecidas e pasmas.
Calou-se o vento dantes mesmo
Dos soluços das árvores.

Calo-me em círculos
Que ondulam vozes.
Mordo dentes
Sórdidos
Dentre palavras.

Vejo relampejo de nomes.

Tremores atingem-me
Sem pudor.
Desavisadas águas lambem
Minhas bochechas.

Caio em choque,
Resta no sangue
O esmero de outrora
E um ardor.

Desprovidas de espaço
Esvoaçam as cortinas
Do meu estômago.

Calo meus bocejos.
Seguem desatinas,
Morrem-se no vento
Fracas e sem destino.


Nenhum comentário:

Postar um comentário