domingo, 24 de maio de 2015

Poesia (22.9)

Lungs

Lacking air,
Surrounded by water,
A storm approaches
To mix the sea
And the sky
Making my eyes glaze
Into darkness.

The depth I am to feel
In losing myself
Is the one I have never felt;
Yet to come is the sun.

I wait for it crying,
I loved it tenderly,
I lost it wildly,
I miss it deeply.

Come, Sun!
Fill my bones with metal
And my heart with light
So I can walk again
And again as myself
I'll be able to rise.

Texto (0.6)

Labirinto de Ar

O ar estava pesado. Tinha um cheiro pesado. Viscoso, de cor esverdeada. Não sabia como entrar em casa. Ou sequer se estava seguindo em direção a uma casa. Meus olhos ardiam. O coração estava descendo vagarosamente em direção aos meus pulsos enquanto o ar estrangulava meu pescoço no qual minha jugular lutava bravamente.

Não quero sair daqui. Não quero deixar tudo isso cair no estojo antigo de lápis quebrados que é o meu passado. Não quero deixar você ir de mim. Guardei por tanto tempo você aqui que não sei o que fazer com o pouco espaço que ocupava na minha gaveta coberto com uma fronha antiga, dormindo todo enrolado, mas com os pés pra fora; ou no meu bolso que carregava você aonde eu fosse.

Quero descansar. Descansar desse pesadelo que é não ter você, ou ninguém. Desse apego que eu não sei chamar de amor. Desse amor que eu sei que é só apego.

Não vão brilhar outras noites, vão?

Eu queria ter tido alguém como eu; eu sinto falta de mim. Tanta falta que nem sei por onde começar a me procurar. Lembro-me de encontrar você na praça e de não aguentar o sorriso enquanto andava em sua direção e um abraço frio era tudo que eu tinha em troca. Não que você não quisesse o meu calor, você apenas não podia me aquecer mais. E era frio. E o frio se espalhou pelos meus ossos e destroçou meus olhos sangrando gelo no meu sorriso. E hoje quando vejo você, tremo de frio.


Não podemos chamar de lar o que construímos. O mais próximo que consigo chegar de alguma edificação do que tivemos ou mesmo temos é um labirinto. As paredes aqui mudam de lugar, os quadros nas paredes são fotos de viagens que na memória ficaram bonitas, mas qualquer transeunte vê os borrões nos meus olhos. Desse labirinto preciso sair correndo, e olhe que desaprendi a correr; seja em sua direção ou na direção oposta. Nesse labirinto eu flutuo. O que me carrega é esse ar denso, repleto de umidade das lágrimas que derramo ainda ao som de algumas músicas. Flutuamos, creio eu, nesse labirinto, ao som de nós dois chorando. Que vença não o melhor, mas o mais corajoso. 

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Texto (0.5)

Amanhã

Não há personalidade alguma guardada no futuro, apenas contradição.

Existem sim pessoas que esperam um amanhã mágico e estrelado. Pessoas ingênuas de coração partido em pequenos cacos perdidos no jardim de grama alta. Dentre essas pessoas estou eu. Cá, alimentando essa magia fantasiosa do futuro.

O passado está cheio de mágoas e abraços apertados. Também no passado se encontram famílias felizes e brigas sem motivos. Está guardado no passado um amor estranho e brilhante, que não quero mais. Logo fico, quando me permito olhar pra trás, tonto; desnorteado. Tanta coisa mudou e tantas pessoas, milhares se posso eu imaginar seres humanos matematicamente, passaram por mim. Os encontrões foram muitos também. Dessa tontura tiro a fadiga de ter esse passado inteiro só meu. Não imaginava que tanto fosse ser vivido por mim.

Então o presente. Lugar de reclamações e planos. Onde sou interrompido por banhos e faxinas. Espaço que aprendi a amar de pertinho, foi o presente. Aqui me dou meu espaço, bebo minha água, subo e desço escadas, e por fim também durmo. Como é bom dormir.

Não quero ser levado a mal, nem muito menos mal interpretado. Gosto muito de quem sou, do que me tornei; as decisões que tomei, as certas e as piores possíveis, me  trouxeram a ser quem sou. A comichão que fica no peito é, na verdade, uma ansiedade incontrolável de ver a vida toda. Isso mesmo. Tudo. Quero ver tudo. Cada lugar do mundo, cada pessoa, beber cada suco de cada fruta estranha; provar os mais diversos beijos, experimentar as diversas roupas que o mundo pode proporcionar.

Mas tudo isso só vai acontecer amanhã. Hoje, por enquanto, estou de pijamas. Já já me levanto para atender a porta, e o amanhã há de começar. E espero que o amanhã não se torne passado tão cedo.

domingo, 10 de maio de 2015

Poesia (22.8)

Grateful Melancholic Sunday

When happiness strikes
In the middle of a melancholic Sunday
I shed a tear of mixed
Unknown feelings.

With my little yet brave age
I have learned
That happiness has always been
A choice
And a state of mind.

And boy oh boy
I have made my path
With a constant struggle
And an open chest;
Must no one tell me
Otherwise.

When happiness strikes
Through a song,
A hummingbird sound,
A piece of bread,
Or an instant of reasonless delight
I do shed my tears inside out
And no shame will be felt
For my bravery
Nor for my weakness
In being able
Just
To
Merely
Feel.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Poesia (22.7)

Last Grief

Crying inside
For the infortune lack of tears.
Second chances
Have been overused
In order to fill the void
Of me.

I promised ourselves
A limitless number of things,
Things I myself
Could never accomplish.

My body crawls to you
In the deepest night
But regardless of what you never did
To keep us alive,
I am living
For my own self,
And have I prohibited
My thoughts
To get to you
Even when I scratch my bed
In the deepest desire
Of your burnt  body.

So long…

There’s nothing left
For us to say.
No words were left
Unspoken.
No song can mend this.

No letter you send me,
No scream at my door,
No tear shed in my bed,
Will make amends.
It is over.
For good.
For the better.
And my last howl into the night
Shall let the door closed
Once and for all.

So long.