sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Poesia (16.2)


Amordaçado

Minha poesia secara
Assim como meus olhos;
Que hoje vermelhos
Só resta agora
O apodrecimento.

Cansado
Deito atrás da porta
Ao som da vitrola
De uma outra geração
Remoendo dores
Tão novas.

As folhas caem aos montes
E os frutos já não doces
Esbugalham-se no chão duro.

Meu punho força
A poesia para fora
Mas meus dedo já não se movem,
Escrevo com os dentes trincados
A dor que já não sei se sinto;
A dor que me tornei,
A dor pela qual me apaixonei.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Poesia (16.1)

A Maior Dor

O último
Adeus.

Poesia (16.0)


The Call In The Night

My happy pillow
Was once shared with you.
Through day and night
You laid there
Staring at the dim blind
Stars.

In a previous lifetime
I could swear
That I was the only one
Who could ever picture
Such a tangible future

But the darkness that crossed
My life
Brought flesh out of my bones
And made my heart thicker.

I could have prevented that
But I was just so miserable
And all the tears you’ve cried
Couldn’t be more plastic.

So move along
And don’t call me late at night
To pretend you are happy
With the new man you love
So tenderly.
Who you have
So many new songs with.
And to show me how much
I miss you…

And to make me wonder
All the things that I always
Always
Wonder.

Don’t try to be my friend
Because you have had a chance
And you blew it like a storm.
You’re not my friend,
You’re the foe that I’ve loved
The most.

Stop bringing those memories
Closer and closer.
You had your chance of being
Happier than you could ever imagine to be.

I don’t need to be reminded
Of my biggest failure,
I don’t need you to remind me
Of yourself.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Poesia (15.9)


Converter

Quando as músicas pararem
De ter um só dono
E as vozes do mundo
Pararem de pertencer
A uma só boca
E os estranhos na rua
Pararem de ter um só
Rosto
E a calma inovadora
Parar de ter um só colo
E os murmúrios da madrugada
Pararem de chamar
Um só nome
E os cheiros do mundo
Levarem a um só pescoço
E o sexo ardente
Ser feito com um só
Esforço
E a vida lá fora
Se tornar um sorriso
Em meu rosto
Que ninguém há de tirar.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Poesia (15.8)

Mofo e Mágoa

O álbum de fotografias
Empoeirado.
Guardado tão fundo
No armário velho.

A casa um dia chamada
De lixo.
A vida hoje mal reciclada.
A esperança tentando respirar
Em meio a tanto mofo
E mágoa.