quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Poesia (27.3)

You had left or The usage of the past perfect

Even before cringing
My path away
You had been gone.

Oceans apart had been swum by us
Moving my water into drifting.
You had chosen all the tiny mistakes
To overcome our history.

As the boy that I hadn't gotten to know,
You faded.

I had chosen to leave
Even mesmerizing your further position over the front
Of the upcoming war.

You had left us in order to live among others
You had forced me
Into opening my doors to people
So you could fly without feathers.

I'm drifting away now.
No guilt.
No time.
No water.
Along the flavors of my own tone.

I keep on listening to my eyes.

No guilt.
No time.
No water.

No you,
Finally.

Poesia (27.2)

Patrimônio

Desdobro sentimentos
Por mim.

Desconheço a finalidade dos atos,
Caminho sem precisão.

Velejo nas intermitências
Do cansado ardor
Que insisto em sentir
No peito já desacariciado.

As glórias e delírios de mim
Devolvem o saber
Ao seu canto.
Promovem
Nos meus pelos
Vontades súbitas
Dos carinhos que senti,
Meu sono se faz nas pálpebras
Das mordiscadas felinas.
Sinto faltas,
Medos,
Rejeição,
Necessidade.
Mas sigo.

E sugiro a mim
A manutenção de mim.

Texto (0.7)

Hate Poem or How My Water Steamed Up or Anatomy of Rage

My jaws are the first to get hurt. Overly stressed they end up locking my tension in and making my voice unheard. Then, as a natural consequence, my teeth get fragile, and the pleasure of coffee begins to fade. My shaky voice goes through my head and spins around the days. I get caught feeling down for no other reason than my loneliness. And I deeply feel like crying and crashing my head against a wall, so that you'd at least leave my sight or thoughts. And even though I don't hate you yet, my lonely anger gets to my nerves and harms my insides over you.

Poesia (27.1)

Acabou de Acabar

Sem as tuas mãos
Meus olhos fechados
Pela madrugada
Não abrem.

Faz falta o carinho.
Estranho o amanhecer.
Numa saudade sem fim
Eu desconheço meu próprio toque;
Minha pele está assustada.

Como faz falta o amor.

O coração não esquenta nas surpresas,
Nos meteoros desaforados,
Muito menos nos trovões e relâmpagos de necessidade.

Não.

O amor esquenta todo dia
Cedinho
Com as mensagens de bom dia.
Fumaça o amor
Quando tua voz ecoa nos meus ouvidos
Com os diminutivos enormes.
Ferve com o cotidiano de mensagens no espelho embaçado
E comida chinesa.

Alguns sonhos nunca dormem.
Vício meu era tua pele,
Tuas mãos,
Teu beijo longo.
Meu pescoço tem memória de elefante:
Não esquece os arrepios que tu causavas.
Minha barriga está marcada com teus dentes ainda.
Meus olhos ainda lembram do teu sorriso.
Minha boca ainda tem gosto do beijo na piscina.

Acabei eu,
Acabaste tu;
Acabou, não foi?
Quem diria;
Todo dia acabo.
Acabou de acabar de novo.