sexta-feira, 19 de julho de 2013

Poesia (19.3)

Corrida Viva

Não há forças que me façam
Por um mero segundo
Comprar uma briga tão velha
Quanto essa da razão
E o do que ainda resta
De coração em mim.

São passos mal dados
Em direção alguma
Com medo de tudo
Querendo estar parado
Mas odiando a situação estável
Querendo correr
Mas os pés descalços não permitem
A corrida;
Não se corre de pés descalços,
Não há tempo de ver onde se está indo.

Mas a euforia toma conta de tudo
E o vento empurra minhas costas
Até a dor quando vem
Não é sentida
Pela adrenalina da corrida que toma conta
Do meu rosto vermelho.

Mas não se corre pra sempre,
Não estarei correndo a todo momento.
Quando paro
E vejo meus pés ensanguentados
Vejo minhas pegadas atrás de mim
Vermelhas,
Molhadas,
Rogo poder voltar
E caminhar normalmente.

Mas sou eu.
Ainda sou eu.
E não sei fazer outra coisa
A não ser
Correr
O mais rápido que posso.

Então eu corro.

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