sábado, 19 de janeiro de 2013

Poesia (17.2)


Rasgado

Seu sorriso torto
Com esse brilho nos olhos
Nessa sala cheia
Parece um abraço.

Seu toque forte
No meu coração,
Fica leve,
E com você ele segue
Até onde você deixa.

Os abraços por assim feitos
Que esquentam e acalantam meu peito;
Como nunca dantes
Eu sentira esse flamejar?

Seu sorriso rasgado
Aperta seu rosto todo
Carregando minha felicidade de lado a lado
Fazendo meus olhos verem por fim
O que é amar.

Então meus rasgos no peito
Se fecham direito
E no seu sorriso rasgado
Achei meu lugar.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Poesia (17.1)


Ser Humano

Ao que me cabe
O desejo do ser
Não do estar.

Da pele fraca
Que transcende tudo
Quando está completa,
E completada só por dentro,
De gente.

Do meu papel
Que requer
Voracidade
A cada salto
E queda.

Designado quando menino
A rir frouxo
Dos elefantes,
Que açoitados por tantos,
Só querem se ver livres
Dessa sala de estar
Contínua
E ignorante.

Em cada curva
Ser homem
Só de carne feito
E com alguns ossos
Que segurem o viver.
E quando sobrarem,
Alguns ossos,
Para que me lembrem
Homem
Em meu eterno vínculo
Com o saber.

No que me cabe
Ser humano
Eu julgo importante
Mais o ser
Do que o estar.

Poesia (17.0)


Aquilo Que Não Se Diz Por Não Se Saber Dizer

Uma gama nova
De sentimentos,
Ultimamente,
Tem me cortado ao meio.
Entre uma respirada
E outra
Um momento de novidade.

Nova o que?

Inexplicáveis
Acontecimentos
Que me fazem ver-me
Vivo.
Mais vivo que nunca!

Inexplicáveis
Segundos de coração rápido,
De olhos lacrimejando,
Que trazem dentro de mim
Calores tão molengas
Que me fazem agradecer
Imediatamente
Por estar vivo.

Em momentos assim
Eu torço pra ser imortal
Daqueles que não se mata
Nem se morre
Por ou com nada.

Momentos esses
Que não sei dispor em palavras
Porque há coisas
Nesse mundo
Que não se dizem
Por não se saber
Dizer.